Orquestra de Câmara Sesiminas recebe duo Coladera para 'concerto show'

Apresentação, que tem o propósito de unir o erudito e o popular, será nesta quarta (30) e conta com outros convidados

Estado de Minas 30/10/2019 04:00
Vitor Santana e Felipe Vasconcelos são amigos de longa data que escolheram o mesmo ofício: o de músico. No entanto, seguiram caminhos opostos. Vitor se encaminhou para a música popular e Felipe, a erudita. Felipe é regente assistente da Orquestra de Câmara Sesiminas, e Vitor forma com o português João Pires (guitarra) o duo Coladera, no qual ele canta e toca violão.

“Sempre admirei o trabalho do Vitor e, desde que ele veio com esse projeto do Coladera, tive a ideia de fazer alguma coisa com eles. É um som muito original, potente e consistente”, afirma Felipe Vasconcelos.
 
A ideia sai do papel nesta quarta (30), na forma de um concerto no Teatro Sesiminas que vai reunir os 20 músicos da Orquestra de Câmara Sesiminas, o duo Coladera, as cantoras Mariana Nunes e Raquel Coutinho, o percussionista Rafael Alberto e o baixista Neto Belotto, ambos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Belotto assina os arranjos das composições do repertório, ao lado do pianista Christiano Caldas.

O maestro diz que a Orquestra de Câmara tem um histórico de ligação com a música popular e sobretudo com artistas mineiros, como Milton Nascimento, Jota Quest, Skank e Flávio Venturini. “Por isso a gente quis continuar nessa linha de prestigiar os músicos daqui, mas não apenas os consagrados. Queremos também dialogar com essa música mineira que está sendo produzida agora”, afirma.

Beth Freitas/divulgação
O português João Pires e o brasileiro Vitor Santana formam o duo Coladera, que se apresenta hoje com a Orquestra de Câmara Sesiminas (foto: Beth Freitas/divulgação)

Vitor Santana diz que o repertório vai contemplar não só canções dos discos do Coladera, principalmente o segundo, La Dôtu Lado, como também músicas que não são do grupo. “Tem parceria minha com o Flávio Henrique, parceria do João Pires com a Brisa Marques, e o Neto criou uma suíte fantasia maravilhosa, que traz trechos de músicas do Coladera e trechos que ele compôs também. A suíte abre o concerto e é para deixar qualquer um impactado”, diz.

Trabalhando pela primeira vez ao lado de uma orquestra, o músico se diz impressionado com a dimensão que os demais instrumentos dão às composições. “Os arranjos colocaram a música em outro patamar. A gente percebe a essência do Coladera, mas com outra dimensão. A cada ensaio, a gente fica fascinado. Vai ser uma noite de gala.”

Felipe Vasconcelo afirma que promover uma interação maior entre o erudito e o popular sempre foi seu objetivo. “Somos uma orquestra de cordas, que é o instrumento mais versátil que existe. E ainda haverá a participação dos demais convidados, como o Rafael e o Neto. Por isso acredito que esse show vai ser diferente de tudo o que as pessoas já viram.”

Projeções

Não só a música promete surpreender a plateia. Como tem acontecido com outros trabalhos do Coladera, o audiovisual tem papel importante para o duo e estará presente no palco com projeções de Eduardo Zunza e o som de André Cabelo.
 
“São imagens que dialogam com a música, com o nosso conceito de unir Brasil, Portugal e África, e também mesclando o erudito com o popular e as novas tecnologias”, diz Vitor.

O terceiro disco do Coladera está sendo produzido, mas só deve ser lançado em 2021, na forma de um videoálbum. “As pessoas não querem apenas ouvir a música, mas vê-la também. Todas as faixas desse projeto vão ter trabalho audiovisual”, conta.
 
Enquanto isso, ele e João seguem se apresentando em países da região, como Colômbia. Em maio, eles voltam à Europa. “Este ano foi muito produtivo, porque não só rodamos pelo Brasil como participamos de muitos festivais importantes na Europa, na Dinamarca, Alemanha, Holanda, Portugal e no mais importante palco da música mundial, que é o Festival de Jazz de Montreux, na Suíça. Mesmo num momento complicado para o país e a cultura, os artistas brasileiros estão conseguindo se destacar lá fora e isso é muito importante”, afirma.

ORQUESTRA DE CÂMARA SESIMINAS E COLADERA
Nesta quarta (30), às 20h30, no Teatro Sesiminas – Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia (31) 3241-7181. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria e pelo site Tudus.



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