Muito antes de um certo tubarão bebê virar febre no cenário internacional do entretenimento infantil, nascia na porta de uma escola aqui em Belo Horizonte a ideia de transformar o habitante mais temido dos sete mares em mascote da criançada. O Tubarão Martelo e os habitantes do fundo mar é uma animação infantil mineira, com o primeiro DVD lançado em 2014 pelo músico e compositor Cláudio Fraga. O desenho, voltado para o público infantil, apresenta de forma lúdica e educativa espécies que habitam o oceano.

Perto de alcançar 10 milhões de visualizações nas plataformas digitais, a turminha mineira do fundo mar, que também surfa nos palcos com o musical de mesmo nome, promete dar sequência ao sucesso no novo DVD, que será lançado neste sábado (12), Dia das Crianças, no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube. Os 10 novos clipes de animação mergulha nas profundezas do mar brasileiro para apresentar para a criançada o Peixe Palhaço, o Siri Azul, o Peixe Leão, a Arraia, o Camarão, o Tubarão Baleia, a Moreia, o Peixe Borboleta, a Água Viva e os Corais Vivos.



Assim como na primeira edição, todas as canções foram criadas por Cláudio Fraga. Neste novo trabalho, o artista também assina a produção e arranjos com os músicos Helton Lima e Richard Neves, além do roteiro em parceria com Ana Luisa Alves. A ilustração e animação são do Immagini Animation Studios, também de BH. “Foi um trabalho lindo, feito com muito amor.  Espero que a gente continue a emocionar as crianças do Brasil com essa ideia de biodiversidade e ecologia com entretenimento”, comenta Fraga.

Da porta da escola para o mundo animado

Ao contrário de outros personagem de animação, que ganham forma, enredo e canções dentro de um estúdio para depois serem conhecidos pelo público, O Tubarão Martelo e os habitantes do fundo do mar tiveram um caminho inverso. Eles nasceram em 2011, para animar uma festa de fim de ano de uma escolinha infantil de Belo Horizonte. “Quando fui buscar meu filho, a dona da escola pediu para esperar um pouquinho. Ela estava sem ideia para uma temática que pudesse falar de amizade e meio ambiente e me pediu ajuda”, relembra o músico.

Desafiado pelo pedido da educadora, Cláudio, que acumula experiência de 14 anos como professor de musicalização infantil, passou a noite trabalhando no projeto. “Pesquisei sobre cada animal abordado ali dentro da história e depois criei as canções. No dia seguinte, gravei de forma caseira mesmo, de voz e violão, levei o CD e deixei lá na escola”.  As composições fizeram sucesso. “As famílias e as crianças adoraram tanto, que pediram para eu transformar as histórias em desenho, para que mais crianças pudessem ter acesso”, comenta. Três anos depois, as canções que emocionaram os colegas do filho de Cláudio ganhavam forma na primeira animação do Tubarão Martelo e os habitantes do fundo mar.

“Quem vê o baby Shark, não conhece o tubarão martelo”

Hoje, o temido peixe de águas salgadas virou celebridade infantil e ganhou até produtos personalizados. No site da marca, além do DVD,  é possível adquirir o mascote de pelúcia, boné e canecas estampados pela estrela mineira do desenho animado. “Acho que o Tubarão Martelo pode ser, sim, o tubarão do Brasil”, avalia o criador, ao comparar a animação com o fenômeno sul-coreano Baby Shark. Mesmo descartando o discurso de concorrência, Cláudio considera que o desenho brasileiro tem potencial de referência. “Quem vê o Baby Shark, não conhece o tubarão martelo. E quando conhecer, vai se surpreender”, afirma.

Da animação para os palcos

Em 2016, a animação deixou o formato digital para ganhar os palcos. O musical O Tubarão Martelo e os habitantes do fundo mar estreou no teatro, com direção  do carioca Carlos Magalhães, o Magá.

Na aventura, quem protagoniza a estória é um capitão ambicioso que parte para alto-mar em busca de um grande tesouro. No caminho, descobre que a verdadeira riqueza da vida não se apresenta em forma de moedas de ouro, mas da beleza e dos encantos da fauna marinha. Os 55 minutos do espetáculo são embalados por canções de ritmos variados, projeções em vídeo, efeitos de sons e de luz, além é claro, de atores fantasiados dos personagens da história.