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Conheça o Cadelas Magnéticas, banda mineira que mistura poesia e punk


Nesta sexta-feira (19/7), o rock autoral de Belo Horizonte ganha novas páginas, intensas e poéticas. A banda Cadelas Magnéticas, formada em 2016 a partir da musicalização da poesia marginal de César Gilcevi, lança seu primeiro álbum completo, com show n’Autêntica. O evento reúne ainda outros grupos que representam a efervescência da música alternativa da capital.

Com o mesmo nome da banda, o disco tem dez faixas, disponíveis nas plataformas digitais e em formato físico. No som, as distorções de duas guitarras, além de baixo, bateria e sintetizador, sob a confusão rítmica típica do pós-punk. Nas letras, versos que partem de um contexto local e particular do compositor até uma realidade mais abrangente, guiada pela contestação.

“O Cadelas Magnéticas é a soma de três grandes forças: a ancestralidade brasileira, a agressividade do punk e a poesia marginal. Esses três universos nos norteiam. Fui atrás dessas raízes que se completam num mistura tropical caótica”, explica o compositor e vocalista César Gilcevi.
No repertório do álbum de estreia, Makumbhia, cujo “bh’ faz referência à cidade, expressa bem essa fusão, assim como Canto para Oxossi e Ogum. Já Meus amigos e Pin up (about a girl) trazem perspectivas mais íntimas sobre amizade e sexo, respectivamente. Escute:



Autor dos livros Os ratos roeram o azul (2016) e Retrato do poeta quando devedor do aluguel (2018), César Gilcevi explica que, embora tenha surgido como um projeto de musicalização de seus poemas, a banda virou um projeto coletivo. “Montei a banda para lançar meu primeiro livro. Depois disso, vimos que havia uma unidade e seguimos ensaiando. Hoje, saímos do universo literário e viramos uma banda, com identidade”, explica o vocalista, que tirou o nome do grupo do conto Johnny Mnemonic, do escritor de ficção científica William Gibson. Nele, Cadelas Magnéticas são duas transexuais que tomam conta de uma boca de fumo num universo distópico.

 

Cena forte

Gilcevi tem a companhia de Mauro Novaes (bateria), Vinícius França (baixo), Fábio Corrêa (guitarra e sintetizador) e Kim Gomes (guitarra).

Todos os integrantes, assim como o cantor, já participaram de outros grupos autorais de BH.  “Essa galera que fala que o rock morreu, que não tem banda nova, está fora da realidade. Em BH sempre houve uma cena forte e o Cadelas Magnéticas representa isso. Temos três gerações de músicos na banda e alguns deles estão há 20 anos tocando. Estamos num momento de recoupação da cidade. O rock faz um movimento autofágico, de recuar, mas depois se expande novamente, regurgitando a cultura de seu tempo”, observa Gilcevi.

Sobre a renovação da cena local, o artista destaca ainda o protagonismo feminino. “É interessante observar  que algumas das melhores bandas que tem surgido são lideradas ou formadas por mulheres. No Bad Humans Noise temos um grande talento que é a vocalista Stephanie Tollendal.
Ela participa do nosso disco, na faixa Suely. Cada banda tem seu estilo particular e tem muita coisa nova surgindo, falando sobre esse momento atual de BH e do Brasil e provando que rock não é coisa de ‘velho reaça’, como muita gente diz por aí”, afirma Gilcevi. Além do Cadelas Magnéticas e do Bad Humans Noise, o Aldan também se apresenta hoje n’A Autêntica.

Serviço - Lançamento do disco Cadelas Magnéticas

Shows com Cadelas Magnéticas, Bad Humans Noise e Aldan
Sexta-feira, 19 de julho, às 21h, n’A Autêntica (Rua Alagoas, 1172, Savassi)
Ingressos: R$20 no site Sympla e R$30 na bilheteria local. Mais informações:(31) 3654-9251

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