O projeto se chama Uma voz, um instrumento, mas o que se verá sábado (13), no palco do Centro Cultural Minas Tênis Clube, é uma profusão de sons e instrumentos sintéticos. O cantor, compositor e arranjador João Donato, de 84 anos, e o filho, o tecladista, DJ e produtor Donatinho, de 34, apresentam Sintetizamor, considerado o álbum mais ousado do veterano músico acriano.
"A gente já se apresentou várias vezes em BH: juntos, separados, em teatro, praças. Mas agora finalmente vamos mostrar esse trabalho à cidade. Já estava na hora", diz Donatinho.
saiba mais
Dia Mundial do Rock: veja lista com discos importantes na história do gênero musical
Chega a BH o musical sobre a lendária boate carioca Dancin'Days
Vencedores do The Voice Brasil gravam DVD ao vivo em Betim, neste sábado, 13
Sinfônica ao meio-dia é programação que atrai o público ao Palácio das Artes, na hora do almoço
Banda paulistana 5 a seco faz show nesta sexta em BH
Lançado em 2017 com produção do caçula, o disco foi considerado por críticos uma aventura eletrônica, mesclando o pop e ao dançante. "Até mesmo para meu pai, que já tinha feito tanta coisa diferente na carreira, esse projeto foi inusitado. Ele nunca havia gravado com bateria eletrônica e sintetizador, por exemplo. Tenho uma coleção de teclados vintage dos anos 1960, 1970 e 1980, quis incluir isso de alguma forma. O resultado ficou bem bacana", comenta Donatinho. Até a estética da capa do CD, com ilustração de Allan Jefferson, carrega nas referências futuristas.
Trabalhar com João Donato não é novidade para Donatinho. A diferença de idade desaparece quando os dois estão em cena. "É muito gratificante fazer esses projetos com meu pai. Ele ter se permitido participar de algo tão novo é maravilhoso. Desde que estreamos, há quase dois anos, o retorno do público e da crítica tem sido surpreendente", celebra.
O repertório traz não só as canções de Sintetizamor (De toda maneira, Quem é quem, Interstellar e Lei do amor), mas releituras de clássicos de João Donato (A rã e Emoriô), além de músicas do premiado trabalho autoral de estreia de Donatinho, o disco Zambê. "É, sim, uma festa no palco. Esse trabalho deu tão certo que devemos lançar em breve um EP com quatro músicas nos formatos digital e vinil", avisa ele.
HANCOCK Quando Donatinho nasceu, João Donato já era cinquentão. O caçula revela que “Donatão” é uma de suas referências. Porém, o despertar para a música ocorreu quando ele tinha 12 anos e ficou impactado com Head hunters, álbum do pianista norte-americano Herbie Hancock. "Sempre me identifiquei muito com pianos elétricos”, explica.
Zambê, lançado em 2014, provou a potencialidade do caçula de João Donato. Autodidata, ele se dedica a outra empreitada: Natasha Oliver, "a primeira tecladista drag do Brasil”. "Ela é meu alter ego, uma extensão de mim. Em breve, penso em lançar algo autoral dela. Algumas coisas já estão prontas, inclusive", diz Donatinho.
JOÃO DONATO E DONATINHO
Sábado (13), às 21h. Centro Cultural Minas Tênis Clube. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. Projeto Uma voz, um instrumento. R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Mais informações no site Eventim.