Unir instrumentos de universos diferentes é a proposta dos músicos Michi Ruzitschka (violão de sete cordas), Ricardo Araújo (guitarra portuguesa) e Beto Angerosa (percussão). E, para mostrar o resultado, eles estão lançando o álbum Café Mestiço, com canções autorais e de outros compositores. O disco registra o primeiro encontro dos três e traz ainda a participação especial de Toninho Ferragutti (acordeon), na faixa Eu quero é sossego. O repertório traça uma linha imaginária que parte de Lisboa, passando por Cabo Verde e chegando ao continente sul-americano.
Com 13 faixas, o repertório do CD traz composições do argentino Astor Piazolla, do paraguaio Augustin Barrios e dos brasileiros Jacob do bandolim e João Pernambuco, entre outros. Michi explica que a junção do cajon com o violão de sete cordas e da guitarra portuguesa ainda não existia tradicionalmente no choro ou no fado, mas que o trio trouxe esta inovação para o disco, formando uma nova linguagem musical.
Nascido na Áustria, Michi é instrumentista, compositor e produtor e graduado em jazz. “Mudei para o Brasil há cerca de 15 anos. Confesso que vim movido pela minha paixão pela música brasileira”, garante. Ele conta que, no ano passado, produziu o CD Estado de poesia ao vivo, de Chico César, cujo álbum ganhou o Prêmio da Música Brasileira (2018). “Temos esta formação de violão de sete cordas, guitarra portuguesa e percussão, um casamento que deu muito certo. A princípio, minha ideia era tirar a guitarra do fado e trazer para o Brasil e América Latina. Isto pensando em temas que funcionariam, como o choro.”
O violonista ressalta que, para este projeto, pensou em algumas canções autorais, que acredita ter funcionado bem para o trio. “Elas não haviam entrado no meu disco solo, lançado anteriormente. Meu objetivo é juntar esse fio Portugal, Cabo Verde e América Latina, como se pode ver na música La catedral, de Augustin Barrios, na qual fizemos algo diferente com a guitarra portuguesa”, comenta o músico austríaco.
Ele está feliz com o resultado do disco e acredita que este será o primeiro de muitos que virão com o projeto do trio. “É um CD independente, mas, para fazê-lo, contamos com apoio de lei de incentivo do estado de São Paulo. Já o lançamos oficialmente na capital paulista e agora faremos shows e oficinas com o intuito de divulgar o trabalho. Temos alguns shows agendados e daremos sequência ao projeto. Em setembro, vamos tocar em Portugal e Áustria.”
Michi conta que, quando chegou ao Brasil, em 2003, já era músico. “Formei em música nos Estados Unidos, mas estudava violão erudito em meu país. Lá, gostava de ouvir compositores brasileiros, como Heitos Villa-Lobos, João Gilberto e outros. Formei-me em Boston, apresentando um trabalho baseado em samba e bossa nova. Lá, fiquei conhecendo muitos músicos e cheguei até a tocar com alguns”.
Ele já gravou um disco solo autoral e hoje também faz parte do grupo do violinista popular paulista Ricardo Herz, ao lado do baterista e percussionista Pedro Hito, músicos com quem também gravou dois discos. “Tocamos músicas autorais e nos apresentamos nos principais teatros e festivais do Brasil e exterior”, orgulha-se Michi.
CLIPES Café mestiço já tem vários clipes rodando no YouTube. Os mais acessados são os das músicas Touro, Santa Morena e Vira de frielas, que é uma peça tradicional do repertório português para guitarra. Entretanto, La catedral, Sodade, Eu quero é sossego, Variações em ré menor e Valsa chilena também têm clipes na plataforma digital. Michi lançou seu primeiro disco solo no Brasil, no ano passado. “O álbum se chama SP e mostra minhas influências. Gosto muito da escola do Sul do país, da Argentina, da música brasileira em geral, principalmente dos ritmos nordestinos. Tenho um disco lançado no Japão, mas somente com bossa nova.”
Ricardo Araújo gravou o projeto Cancioneiros da imigração, CD lançado em nove países e participou do filme Sons de São Paulo. Em 2010 lançou seu CD de guitarra portuguesa. Beto Angerosa é percussionista e baterista, bacharel em filosofia pela USP, realiza um trabalho de criação e pesquisa musical, numa perspectiva de grande versatilidade em diferentes estilos da percussão mundial. É especialista em flamenco e ritmos latinos.
(AFP)
REPERTÓRIO
1 – O touro (Michi Ruzitschka)
2 – La catedral (Augustin Barrios)
3 – Luar do sertão
(João Pernambuco)
4 – Maria Landó (Cesar Calvo/
Chabuca Granda)
5 – Sodade (A.Z. Soares)
6 – Santa Morena
(Jacob do Bandolim)
7 – Eu quero é sossego (K-Ximbinho)
8 – Oblivion (Astor Piazolla)
9 – La sonora (Michi Ruzitschka)
10 – Vira de frielas (José Nunes)
11 – La partida (Carlos Bonnet)
12 – Variações em ré menor
(Fontes Rocha)
13 – Valsa bugre (Michi Ruzitschka)
saiba mais
Ademir Cândido lança CD com onze composições autorais
Drama de pequenos imigrantes inspira o novo livro de Valeria Luiselli
Felipe Araújo emociona com homenagens à Cristiano Araújo
Filho de Luciano Huck e Angélica bateu a cabeça em prancha, diz Marinha do Brasil
Por que a Serra da Canastra tem os melhores queijos de Minas? Descubra
Nascido na Áustria, Michi é instrumentista, compositor e produtor e graduado em jazz. “Mudei para o Brasil há cerca de 15 anos. Confesso que vim movido pela minha paixão pela música brasileira”, garante. Ele conta que, no ano passado, produziu o CD Estado de poesia ao vivo, de Chico César, cujo álbum ganhou o Prêmio da Música Brasileira (2018). “Temos esta formação de violão de sete cordas, guitarra portuguesa e percussão, um casamento que deu muito certo. A princípio, minha ideia era tirar a guitarra do fado e trazer para o Brasil e América Latina. Isto pensando em temas que funcionariam, como o choro.”
O violonista ressalta que, para este projeto, pensou em algumas canções autorais, que acredita ter funcionado bem para o trio. “Elas não haviam entrado no meu disco solo, lançado anteriormente. Meu objetivo é juntar esse fio Portugal, Cabo Verde e América Latina, como se pode ver na música La catedral, de Augustin Barrios, na qual fizemos algo diferente com a guitarra portuguesa”, comenta o músico austríaco.
Ele está feliz com o resultado do disco e acredita que este será o primeiro de muitos que virão com o projeto do trio. “É um CD independente, mas, para fazê-lo, contamos com apoio de lei de incentivo do estado de São Paulo. Já o lançamos oficialmente na capital paulista e agora faremos shows e oficinas com o intuito de divulgar o trabalho. Temos alguns shows agendados e daremos sequência ao projeto. Em setembro, vamos tocar em Portugal e Áustria.”
Michi conta que, quando chegou ao Brasil, em 2003, já era músico. “Formei em música nos Estados Unidos, mas estudava violão erudito em meu país. Lá, gostava de ouvir compositores brasileiros, como Heitos Villa-Lobos, João Gilberto e outros. Formei-me em Boston, apresentando um trabalho baseado em samba e bossa nova. Lá, fiquei conhecendo muitos músicos e cheguei até a tocar com alguns”.
Ele já gravou um disco solo autoral e hoje também faz parte do grupo do violinista popular paulista Ricardo Herz, ao lado do baterista e percussionista Pedro Hito, músicos com quem também gravou dois discos. “Tocamos músicas autorais e nos apresentamos nos principais teatros e festivais do Brasil e exterior”, orgulha-se Michi.
CLIPES Café mestiço já tem vários clipes rodando no YouTube. Os mais acessados são os das músicas Touro, Santa Morena e Vira de frielas, que é uma peça tradicional do repertório português para guitarra. Entretanto, La catedral, Sodade, Eu quero é sossego, Variações em ré menor e Valsa chilena também têm clipes na plataforma digital. Michi lançou seu primeiro disco solo no Brasil, no ano passado. “O álbum se chama SP e mostra minhas influências. Gosto muito da escola do Sul do país, da Argentina, da música brasileira em geral, principalmente dos ritmos nordestinos. Tenho um disco lançado no Japão, mas somente com bossa nova.”
Ricardo Araújo gravou o projeto Cancioneiros da imigração, CD lançado em nove países e participou do filme Sons de São Paulo. Em 2010 lançou seu CD de guitarra portuguesa. Beto Angerosa é percussionista e baterista, bacharel em filosofia pela USP, realiza um trabalho de criação e pesquisa musical, numa perspectiva de grande versatilidade em diferentes estilos da percussão mundial. É especialista em flamenco e ritmos latinos.
(AFP)
REPERTÓRIO
1 – O touro (Michi Ruzitschka)
2 – La catedral (Augustin Barrios)
3 – Luar do sertão
(João Pernambuco)
4 – Maria Landó (Cesar Calvo/
Chabuca Granda)
5 – Sodade (A.Z. Soares)
6 – Santa Morena
(Jacob do Bandolim)
7 – Eu quero é sossego (K-Ximbinho)
8 – Oblivion (Astor Piazolla)
9 – La sonora (Michi Ruzitschka)
10 – Vira de frielas (José Nunes)
11 – La partida (Carlos Bonnet)
12 – Variações em ré menor
(Fontes Rocha)
13 – Valsa bugre (Michi Ruzitschka)