A imagem de Paulo Miklos sempre esteve ligada a uma performance elétrica. No Titãs, banda que integrou até 2016, a figura do vocalista sempre se sobrepôs à do baixista (ele tocou baixo na primeira fase, ainda nos anos 1980) e ao guitarrista (assumiu a guitarra rítmica no grupo).
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Miklos estará sozinho em cena, onde vai desfiar suas canções e as de outros. Com três álbuns solo, ele pretende enfatizar o repertório do mais recente deles, A gente mora no agora (2017). “Nesse trabalho, reproduzi algo que sempre experimentei dentro dos Titãs, que foi compor com vários parceiros diferentes”, conta.
Em 13 faixas, o disco reúne parcerias com Emicida (A lei desse troço), Guilherme Arantes (Estou pronto), Tim Bernardes (Samba bomba), Céu (Princípio ativo e Risco azul) e Arnaldo Antunes (Deixar de ser alguém). No show, Miklos, entre uma canção e outra, conta histórias. Uma delas vem da parceria com Erasmo Carlos.
“Mandei para ele um e-mail dizendo que eu tinha sabido, por meio de uma reportagem, que caem no Brasil 50 milhões de raios por ano. É o lugar em que mais caem raios no planeta, ou seja, o Brasil é o país mais elétrico do mundo. Aí disse que tinha me lembrado de Pega na mentira e que, se eu estivesse mentindo, um raio caísse na minha cabeça. Então, se a gente seguisse esse raciocínio, o Brasil é o país em que mais se mente no mundo”, conta Miklos. A partir dessa apresentação, Erasmo compôs com ele País elétrico.
INTÉRPRETE “A última camada desta história é o intérprete.
Vale dizer que as versões dialogam com a porção ator de Miklos. Foi ao lado de Sabotage que ele estreou no cinema, no longa O invasor (2001), de Beto Brant. Mais recentemente, interpretou Adoniran no curta Dá licença de contar (2015), de Pedro Soffer Serrano.
É na base do tudo ao mesmo tempo agora que Miklos segue com a carreira na música, no cinema, no teatro e na televisão. Em maio, terminou sua participação na novela O sétimo guardião, na qual interpretou o beato Jurandir. Depois da trama da 21h, ainda gravou uma participação na segunda temporada da série Filhos da pátria, que terá o novo ano centrado na Era Vargas. Aguarda ainda o lançamento de dois longas em fase de finalização: O clube dos anjos, de Ângelo Defanti, baseado no livro de Luis Fernando Veríssimo sobre os pecados capitais (a história gira em torno da gula), e O homem cordial, de Iberê Carvalho, em que vive o protagonista, um roqueiro dos anos 1980.
Já em julho ele roda Jesus Kid, novo longa do cineasta Aly Muritiba (Ferrugem).
PAULO MIKLOS
Show nesta sexta (14), às 21h, no Centro Cultural Minas Tênis Clube, Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. Ingressos: R$ 50 e R$ 25 (meia)..