“Vamos nos permitir”. O verso do primeiro hit, Tempos modernos, deu o tom a Pra sempre, show que Lulu Santos estreou na noite de ontem (1º) no KM de Vantagens Hall. A canção tem 37 anos – e boa parte das músicas executadas em duas horas de apresentação já tem dois dígitos de vida. A despeito disto, Lulu reconfigura seu repertório, atualizando sua produção.
Foi uma volta para o futuro o show que marcou o lançamento de seu novo álbum. Pra sempre, no ar há uma semana, é o disco belo-horizontino de Luiz Maurício Pragana dos Santos. Foi composto em Belo Horizonte e dedicado ao agora marido Clebson Teixeira, baiano residente há cinco anos na capital mineira. A abertura foi do DJ Anderson Noise, que gravou com Lulu a instrumental Quae sera tamen (Savassi by night).
Depois de emendar três sucessos – Tempos modernos, Tudo com você, Adivinha o que – Lulu falou para a plateia pela primeira vez: “Muito obrigado por terem escolhido passar essa noite aqui. Esse foi o passado. Agora, o futuro.” Foi a vez de Orgulho e preconceito, uma das novas músicas. “Essa canção é pra você nunca mais/Ter que sussurrar quando diz que me ama/Pra te libertar de todo julgamento alheio.” No final, ele manda: “Te amo, Clebson”.
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Tão real, outra das novas, cita BH nominalmente. “E leva essa canção/Para Belo Horizonte/Com meu coração.” O refrão de rima fácil logo começou a ser cantado pela plateia. Do palco, Lulu ainda perguntou se alguém sabe de algum apartamento em Lourdes (atenção, corretores).
Lulu nos lembrou o tempo inteiro a quantidade de hits que possui. Um certo alguém, O último romântico apareceram em levadas mais lentas. Tudo bem foi interpretada somente com o acompanhamento do tecladista Hiroshi Mizutani. Lulu foi da guitarra ao ukelele, passando para o violão e voltando à guitarra. Intimista em um momento, dançante em outro, foi acompanhado o tempo inteiro pelo coro do público, predominantemente feminino.
Já no encerramento, Lulu citou o verso “Tolice é viver a vida sem aventura”, de O último romântico, estampada na camiseta de um grupo de garotas bem jovens na frente do palco. “Como costumo dizer, isto não começou ontem e nem vai acabar amanhã. Clebson, te amo”, ele se despediu do palco. A aventura está só começando.