Um dos protagonistas do movimento da Vanguarda Paulista e do Teatro Lira Paulistana, o grupo Premê, antes conhecido como Premeditando o breque, volta à cena para comemorar os seus 40 anos de estrada e lançar um box com toda a sua obra. Caixinha do Premê traz sete CDs, incluindo o álbum Como vencer na vida fazendo música estranha – volume VII. O lançamento acontece neste fim de semana, no Sesc Pompeia, em São Paulo.
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O Premeditando o breque surgiu em 1976, formado por alguns estudantes de música da ECA-USP. “São escolas de comunicação e arte da Universidade de São Paulo. A nossa ideia era quebrar o protocolo de erudição da escola na época. Foi a primeira vez que aparecemos em um show. Resolvemos tocar chorinhos e sambas de breque, algo diferente do que era a tendência da escola, voltada para a música erudita e contemporânea. Ali começou tudo.
Em 1979, ano em que foi assinada a Lei da Anistia, o grupo conquistou o segundo lugar no Festival Universitário da TV Cultura, com a canção Brigando na lua. O primeiro coube a Arrigo Barnabé, com Diversões eletrônicas. Manga explica que Caixinha do Premê reúne um rico acervo, com um encarte de 96 páginas, contando a trajetória do grupo. “O material é muito rico, pois traz muitas fotos de shows e de festivais de que participamos em São Paulo e pelo interior do estado”, detalha o músico.
Em 1981, o grupo lançou seu primeiro álbum, Premeditando o breque (Spalla/Continental), e passou a se chamar apenas Premê. Originalmente, a banda tinha como integrantes Igor Lintz Maués, Mário Manga, Marcelo Galbetti e Claus Petersen e, logo em seguida, entrou Wandi Doratiotto. Atualmente, participam Manga (guitarra e vocal), Galbertti (teclados, baixo e violão), Petersen (flauta e sax) e Doratiott (voz, cavaquinho e violão). Nos três shows do Sesc Pompeia conta com a companhia de Adriano Busko (bateria e percussão) e Danilo Moares (violão, guitarra, baixo e voz), filho de Wandi, que já toca com o grupo há mais de 20 anos.
Com o Premê, Manga gravou seis LPs. O box traz um disco extra.
INFLUÊNCIAS Manga observa que suas influências vieram dos guitarristas ingleses George Harrison e Jeff Beck. “Paralelamente ao Premê, me apresento com a cantora Ana Deriggi, O show se chama O bom e velho, no qual tocamos somente rock da metade dos anos 60 até a metade dos 70. Além disso, tenho o trio Música Ligeira. Porém, a partir da morte do Rodrigo Rodrigues, mudamos o nome para Black Tie. Recentemente, gravamos o CD Ritchie e Black Tie, no qual o cantor inglês interpreta canções de Paul Simon e agora estamos gravando outro, mas com músicas de Cat Stevens”, revela o músico paulista.
CAIXINHA DO PREMÊ
Selo Sesc
Box com os CDs Premeditando o Breque (1981), Quase lindo (1983), O melhor dos iguais (1985), Grande coisa (1986), Alegria dos homens (1991), Vivo (1997) e Como vencer na vida fazendo música estranha (2019)
Preço sugerido: R$ 100
Disponível nas lojas da rede Sesc e livrarias parceiras de todo o Brasil.