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Quartas de Improviso tem show com dois músicos e dois bailarinos


Improvisar é fazer algo não planejado de antemão, usando o que pode ser encontrado. No contexto das artes, improvisação é uma performance muito espontânea, sem preparação específica ou roteiro pré-determinado. “O que me atrai é o inesperado. É arriscado, mas é sempre surpreendente”, afirma o violonista e guitarrista Matthias Koole. Ao lado do músico e fotógrafo experimental Henrique Iwao, ele criou, em 2013, o Q.I., Quartas de Improviso, projeto de improvisação livre, que, neste ano, realiza suas 11ª e 12ª temporadas.

Em 121 edições realizadas, a iniciativa contou com a participação de 163 convidados. Neste ano, a novidade é que a empreitada ganhou o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. “A gente sempre bancou por conta própria. Os artistas topavam participar sem receber.
Agora, com esse recurso, tudo muda. Conseguimos fazer um planejamento melhor, podemos cobrir todos os custos, inclusive os cachês”, afirma Koole.

O planejamento inclui 20 apresentações nas duas temporadas – a 11º começou em 1º de maio e vai até 3 de julho, no Teatro Espanca!, no Centro, e a 12ª vai de 14 de agosto a 16 de outubro, na Galeria Mama/Cadela, em Santa Tereza – e três oficinas de disciplinas como música, dança e performance, que serão ministradas em vários centros culturais da prefeitura.

O projeto já percorreu diversos cantos de Belo Horizonte. O primeiro porto foi o antigo bar Nelson Bordello, próximo à Praça da Estação. “Passamos pelo Luthier Bar, pelo Maletta. A gente tem um público cativo e que só foi se expandindo. Um dos aspectos mais importantes é a regularidade do evento. Sempre tentamos realizá-lo na medida do possível.
É mais um estímulo à vida cultural na cidade”, afirma. No Quartas de Improviso, pessoas de várias áreas, não somente artísticas,  são convidadas a interagir com Koole, que toca guitarra e programa efeitos, enquanto Iwao toca seu instrumento de construção própria, a minitábua –uma tábua de madeira amplificada, na qual objetos diversos são operados. “O bacana é que tem gente de música, dança, vídeo, performance, literatura, até matemática e geologia, que pode fazer o que quiser. A experimentação tem, ao mesmo tempo, o aspecto da rebeldia e o de agregar”, avalia Koole.

Um dos destaques das temporadas 2019 é o número de mulheres participantes, que representam 50% dos artistas convidados. “A gente sempre procurou essa paridade. Acho que tem ser uma preocupação de qualquer evento, de qualquer área.”

PRIMEIRA VEZ


A programação desta quarta (9) traz dois bailarinos integrantes da Cia. Sesc de Dança, Maíra Campos e Maxmiler Junio. Além de cada um criar sua performance ao som de Matthias Koole e Henrique Iwao, eles dançarão juntos.
“Só realizamos coreografias roteirizadas. Improvisar um com o outro será a primeira vez”, avisa Maxmiler, que, em 2016, levou o prêmio de melhor bailarino do Festival de Dança de Joinville, o mais tradicional do país e um dos mais importantes do mundo.

O bailarino conta que já chegou a participar do projeto uma vez, quando o Quartas de Improviso fez parte da programação do Festival de Cinema de Tiradentes. “Mas eu estava com outros colegas da Cia Sesc. De modo independente, será a estreia e estou bem entusiasmado”, diz. Junio afirma que, quando chegar ao local da apresentação, vai sentir a atmosfera e deixar a imaginação e a intuição fluírem. “Não dá para a gente preparar nada. O convite é para aquele momento. Improvisar na dança é também uma maneira de criar. Utilizo muito as bases da improvisação para as minhas coreografias. Na UFMG, onde faço licenciatura em dança, é uma das formas de estudo.
Quem sabe até não surge algo novo nesse projeto de quarta.”

 

Quartas  de Improviso
Nesta quarta (8), a partir das 19h, no Teatro Espanca! (Rua Aarão Reis 542, Centro).  Iwao-Koole %2b Maíra Campos & Maxmiler Junio. Discotecagem de Miguel Javaral. Entrada franca.
Informações: (31) 3657-7349 

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