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Ele aponta a leniência do poder público com a tragédia. “Acredito que todos devem se unir e contribuir de alguma maneira para que fatos como esses não mais aconteçam. Infelizmente, amputaram a cultura mineira. Os governos estão aí, ao mesmo tempo em que não estão nem aí para a regulação. Assim, infelizmente, é preciso que aconteçam crimes como esses para que alguém tome alguma providência, é um absurdo”, lamenta Lenine. “Inhotim, o seu entorno, a região, tudo aquilo é um patrimônio. Sinto-me muito honrado em me apresentar em um lugar como este, que reverbera a arte.”
O músico revela que adora se apresentar em Minas, ressaltando o calor humano do público mineiro e as boas lembranças sobre o museu. “Já estive outras vezes em Inhotim para visitação, mas certa vez me apresentei lá, acompanhado por uma orquestra e foi maravilhoso. A plateia cantou junto comigo, foi inesquecível. Quando isso acontece, creio que é uma coroação passional, algo mágico, assim como é o lugar. Por isso fazemos música com o intuito de tocar a alma das pessoas, o coração delas. Por isso esta empatia, esta interação artista/plateia tão calorosa. Inhotim é um lugar mágico.”
Embora faça mistério sobre o set list, dá ao menos uma pista do que levará ao palco. “Entre as canções antigas, devo cantar Paciência (Lenine/Dudu Falcão), que é a mais pedida pelo público e, vamos dizer, não pode faltar em meus shows. Nessa, as pessoas cantam para mim, passam toda a sua energia, é muito bom”, reconhece Lenine, mas sem revelar o restante do repertório. “Isso é surpresa”, diz. O músico pernambucano conta que tem uma ligação musical direta com Minas. “Confesso que gostava de rock and roll. Tive uma formação musical ainda criança e só vim a retratá-la mais tarde. Bandas como os Beatles e Led Zeppelin me pegaram na adolescência, mas do Clube da Esquina 1 ao 2, Milton foi minha universidade musical”, confessa.
“Reconheço-me neste universo coletivo, pois Bituca me abriu os olhos para grandes músicos, para a minha grande formação musical. O surgimento dele foi mais do que um movimento em torno da música. Resumindo, Milton é Milton, o grande artista que é, e que influenciou tanta gente”, reconhece.
INSPIRAÇÃO Sobre o seu processo de compor, ele conta que procura misturar o dom e a inspiração. “Na verdade, temos um recebimento de uma musicalidade. Como compositor, você recebe uma carga no DNA. Mas também existem a procura, o descobrimento e a conjugação destas duas coisas, que é gerar a criação. Pode ser a partir de uma letra, de uma palavra, de uma base harmônica, não há como explicar”, garante. “Agora, é preciso ter o desapego. Se não achou a música legal, rasgue tudo e comece de novo”, aconselha Lenine.
LENINE EM TRÂNSITO
Sábado (27), às 15h, no Instituto Inhotim,
Rua B, 20, Brumadinho, (31) 3571-9700 /3194-7300.
R$ 44 (inteira) e R$ 22 (meia-entrada).