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De volta à estrada

Fundado por estudantes em São Paulo, Grupo Rumo retorna aos palcos para lançar o álbum 'Universo'

- Foto: Roberto Assem/Divulgação
Fundado por 10 jovens estudantes de São Paulo, em 1974, o Grupo Rumo volta aos palcos para lançar o álbum Universo (Selo Sesc), cujo repertório traz somente músicas autorais e inéditas. Expoente da vanguarda paulista e agora com nove integrantes, tem vários discos e prêmios. O repertório traz 14 faixas, com canções feitas por quase todos eles, inclusive Ná Ozzetti e Akira Ueno. Há também duas dos anos 1990.

O show de lançamento será em São Paulo, com cinco apresentações entre os dias 25 e 28. Vão ao palco Luiz Tatit (voz e violão), Ná Ozetti (percussão e voz), Hélio Ziskind (flauta, sax, violão, vocal e voz), Akira Ueno (baixo e percussão), Paulo Tatit (guitarra, violão, baixo e voz), Pedro Mourão (violão e voz), Gal Oppido (bateria), Zecarlos Ribeiro (voz, vocal, violão e percussão) e Geraldo Leite (voz). O CD já está disponível nas principais plataformas digitais.

Nascido em São Paulo e vivendo em Minas Gerais dos 3 aos 17 anos, Zecarlos Ribeiro conta que eles resolveram se juntar de novo a partir de um convite do produtor Márcio Arantes a Ná Ozetti. “Ele perguntou se toparíamos participar de um novo projeto, que era gravar um CD com músicas inéditas.

Assim nasceu o Universo”, lembra Zecarlos. O Rumo tinha se dissolvido em 1992, com os músicos seguindo carreiras individuais. E, em 2003, morreu uma das participantes, Ciça Tuccori (piano e xilofone). Houve retornos esporádicos em 2004 e em 2010.

Com pais mineiros, Zecarlos viveu em Conceição do Rio Verde, localizada no Circuito das Águas. “Foi lá que me aproximei realmente da música. Cheguei a formar um conjunto e tocar nos bailes da região.
As 17 anos, me mudei para São Paulo, onde acabei me formando em arquitetura. Mas confesso que a música sempre esteve presente em minha vida”, lembra. “Neste álbum, fizemos várias parcerias. Posso dizer que é um trabalho coletivo, que remete aos velhos tempos. Tradicionalmente, eu e o Luiz Tatit fazíamos as músicas. Outros discos tinham composições isoladas do Hélio e Pedro, entre outros”, revela Zecarlos.

AUTODIDATA

Ele se declara autodidata (“meus companheiros são mais estudados musicalmente”). Conta que estava em elaboração de disco solo e adiou para se dedicar mais ao Universo.
“Tenho várias músicas inéditas e voltarei a trabalhar nele. Comecei a organizá-lo junto com o Mário Manga, que é mais arranjador, e as músicas já estão todas prontas”, revela.

Luiz Tatit é eleito por ele como ídolo, músico e compositor genial. E confessa que, ao compor, gosta sempre de saber a opinião dele. “Aliás, procuro saber a opinião de várias pessoas também, como minha empregada, o porteiro do prédio. Sempre pergunto o que acham. Quero que a música seja popular, mas que tenha um requinte, que seja agradável, assim como as canções de Cartola e Jorge Benjor, de quem sou superfã. Acho isto um desafio”, revela Zecarlos.

Quanto a uma turnê de lançamento de Universo pelo país, Zecarlos acha difícil reunir os integrantes, tão ocupados com suas carreiras individuais. Mas antecipa que pode rolar em Curitiba e no Rio de Janeiro, onde afirma haver mais fãs de O Rumo que em São Paulo.


Universo
Grupo Rumo
Selo Sesc (14 faixas)
R$ 20

REPERTÓRIO

Toque o tambor
(Luiz Tatit)

Universo
(Paulo Tatit/Luiz Tatit)

Quando abri
(Zecarlos Ribeiro)

Dengo
(Ná Ozzetti/Luiz Tatit)

Paulista
(Akira Ueno/Pedro Mourão)

Estrela solitária
(Zecarlos Ribeiro)

Não se esqueça

(Zecarlos Ribeiro)

História da história
(Pedro Mourão/André Mourão)

Senha

(Zecarlos Santos)

Cada dia
(Hélio Ziskind)

Livro aberto
(Ná Ozzetti/Luiz Tatit)

Único legado

(Pedro Mourão)

Estaca Paulo
(Paulo Tatit/Luiz Tatit)

Maldade do tempo
(Luiz Tatit).