Entre os espaços injustamente negados às mulheres pelo machismo, o rock alternativo é mais uma cena que elas vêm ocupando com força, talento e articulação. Nesta sexta-feira (12), duas bandas se apresentarão em BH, compartilhando a presença feminina tanto nos vocais quanto na originalidade das composições. Cada uma com seu estilo, Polly Terror e Ramona & The Red Vipers são dois exemplos dessa efervescência na capital.
Poliana Marques, de 24 anos, já foi vocalista das bandas locais Brisa, Chama e Duna, interpretando composições de outras pessoas. Quando se desligou da Duna, a vontade de expressar coisas mais particulares deu origem à Polly Terror. Além de incluir músicas de sua autoria no repertório, a sonoridade das melodias é mais pesada, comparada aos projetos anteriores.
“Foi algo que surgiu espontaneamente. Comecei a compor, mostrei para pessoas próximas, elas gostaram e fomos gravar”, diz Poliana, que contou com Thiago Machado na produção do EP Special fiend, recentemente lançado nas plataformas digitais pelos selos Abraxas (RJ) e Geração Perdida (MG). Ouça:
O EP tem cinco faixas. “Todas as músicas são sobre experiências pessoais. Algumas um pouco pesadas, outras mais psicodélicas”, diz Poliana, citando Chelsea Wolfe e Emma Ruth Rundle como influências.
BETIM Idealizadora do projeto Chá das Mina, realizado em Betim com programação cultural, oficinas e debates feitos por e para mulheres, Poliana destaca a presença feminina na cena local. “O rock sempre foi um meio machista. Trabalhei com produção e via nos bastidores as mulheres serem desvalorizadas e diminuídas. Elas sempre estiveram presentes, mas é ótimo ver esse crescimento, pois o espaço também é nosso”, diz a vocalista. Ela fez questão de convidar outra banda liderada por mulher para a abertura do show de lançamento do EP, nesta sexta-feira (12), n’A Obra.
Na ativa desde 2014, Ramona & The Red Vipers tem Andrea Cópio nos vocais e guitarra. Com estilo mais experimental, mesclando rock alternativo com punk, R&B e blues, a banda vai lançar o primeiro álbum em maio. “Está todo gravado, faltam detalhes de mixagem. O disco fala sobre nossa trajetória, as composições são minhas. É como se fosse a troca de pele das cobras, processo de crescimento, amadurecimento e evolução”, adianta a guitarrista.
Andrea Cópio lembra que o empoderamento das mulheres na música é “um movimento universal”, algo que as novas gerações já compreendem bem. “Em BH, o avanço ocorre há algum tempo. São muitas mulheres querendo ocupar espaço”, diz, destacando que eventos como o show de hoje à noite são importantes para o público conhecer as artistas.
A onda de novidades femininas no rock de BH inclui a Pata, criada em 2016 pela guitarrista Lúcia Vulcano. “Tocava baixo, participei de grupos que não duravam e resolvi fazer a minha banda. Passei para a guitarra, compus algumas coisas e com material pronto foi mais fácil convidar outras pessoas”, diz Lúcia, que se apresenta com Beatriz Moura (bateria) e Luís Friche (baixo).
Com a energia punk rock e grunge distorcendo acordes e vocais, Pata lançou o EP Wild and cabeluda, em 2017, e acaba de divulgar Downer, primeiro single do álbum conceitual Shit and blood, com lançamento marcado para junho pelo selo carioca Efusiva.
“A ideia do nome, ‘merda e sangue’, é sobre quando a menina tem a primeira menstruação. É uma bagunça, uma confusão, que diz muito sobre a feminilidade. Você é criança e, da noite pro dia, se torna adulta e o patriarcado começa a cobrar de você vários comportamentos. Uma das canções fala diretamente sobre isso, mas, de modo geral, as outras falam sobre a construção subjetiva da mulher, tratando de angústias, tristezas e depressão, mas de muito amor também”, explica Lúcia.
POLLY TERROR E RAMONA & THE RED VIPERS
Nesta sexta-feira (12), às 21h. A Obra, Rua Rio Grande do Norte, 1.168, Funcionários, (31) 3215-8077. R$ 20 (até o início dos shows) e R$ 30.
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“Foi algo que surgiu espontaneamente. Comecei a compor, mostrei para pessoas próximas, elas gostaram e fomos gravar”, diz Poliana, que contou com Thiago Machado na produção do EP Special fiend, recentemente lançado nas plataformas digitais pelos selos Abraxas (RJ) e Geração Perdida (MG). Ouça:
O EP tem cinco faixas. “Todas as músicas são sobre experiências pessoais. Algumas um pouco pesadas, outras mais psicodélicas”, diz Poliana, citando Chelsea Wolfe e Emma Ruth Rundle como influências.
BETIM Idealizadora do projeto Chá das Mina, realizado em Betim com programação cultural, oficinas e debates feitos por e para mulheres, Poliana destaca a presença feminina na cena local. “O rock sempre foi um meio machista. Trabalhei com produção e via nos bastidores as mulheres serem desvalorizadas e diminuídas. Elas sempre estiveram presentes, mas é ótimo ver esse crescimento, pois o espaço também é nosso”, diz a vocalista. Ela fez questão de convidar outra banda liderada por mulher para a abertura do show de lançamento do EP, nesta sexta-feira (12), n’A Obra.
Na ativa desde 2014, Ramona & The Red Vipers tem Andrea Cópio nos vocais e guitarra. Com estilo mais experimental, mesclando rock alternativo com punk, R&B e blues, a banda vai lançar o primeiro álbum em maio. “Está todo gravado, faltam detalhes de mixagem. O disco fala sobre nossa trajetória, as composições são minhas. É como se fosse a troca de pele das cobras, processo de crescimento, amadurecimento e evolução”, adianta a guitarrista.
Andrea Cópio lembra que o empoderamento das mulheres na música é “um movimento universal”, algo que as novas gerações já compreendem bem. “Em BH, o avanço ocorre há algum tempo. São muitas mulheres querendo ocupar espaço”, diz, destacando que eventos como o show de hoje à noite são importantes para o público conhecer as artistas.
A onda de novidades femininas no rock de BH inclui a Pata, criada em 2016 pela guitarrista Lúcia Vulcano. “Tocava baixo, participei de grupos que não duravam e resolvi fazer a minha banda. Passei para a guitarra, compus algumas coisas e com material pronto foi mais fácil convidar outras pessoas”, diz Lúcia, que se apresenta com Beatriz Moura (bateria) e Luís Friche (baixo).
Com a energia punk rock e grunge distorcendo acordes e vocais, Pata lançou o EP Wild and cabeluda, em 2017, e acaba de divulgar Downer, primeiro single do álbum conceitual Shit and blood, com lançamento marcado para junho pelo selo carioca Efusiva.
“A ideia do nome, ‘merda e sangue’, é sobre quando a menina tem a primeira menstruação. É uma bagunça, uma confusão, que diz muito sobre a feminilidade. Você é criança e, da noite pro dia, se torna adulta e o patriarcado começa a cobrar de você vários comportamentos. Uma das canções fala diretamente sobre isso, mas, de modo geral, as outras falam sobre a construção subjetiva da mulher, tratando de angústias, tristezas e depressão, mas de muito amor também”, explica Lúcia.
POLLY TERROR E RAMONA & THE RED VIPERS
Nesta sexta-feira (12), às 21h. A Obra, Rua Rio Grande do Norte, 1.168, Funcionários, (31) 3215-8077. R$ 20 (até o início dos shows) e R$ 30.