Talk is cheap (1988), o primeiro álbum solo de Keith Richards, foi reeditado e será lançado nesta sexta-feira (29). Melhor recebido do que os discos de Mick Jagger, esse trabalho provocou a volta dos Rolling Stones.
Os anos 1980 foram os mais complicados para a banda, apesar do começo de década satisfatório com Emotional rescue (1980) e Tattoo you (1981). Os álbuns seguintes – Undercover (1983) e especialmente Dirty work (1986) – fracassaram, em meio a fortes tensões entre Jagger e Richards, comparadas por alguns à “3ª Guerra Mundial”.
“Desde o início, eles eram como cão e gato, como pode ocorrer entre irmãos. O problema remonta a 1979, quando Keith deixou a heroína. Ele queria pôr as mãos nos negócios do grupo, pensando em aliviar Mick, que teve muito trabalho para fazer os Stones durarem. Porém, Jagger recebeu mal a nova situação”, conta David Tillier, presidente do fã-clube francês Sympathy for the Devils.
“Acima de tudo, Mick tinha outras pretensões. Em 1983, quando os Stones renovaram seu contrato com a CBS, ele assinou ao mesmo tempo e em segredo outro contrato para três álbuns solo. Keith entendeu isso como traição”, lembra Tillier.
Os dois astros dos Stones eram radicalmente diferentes. Mick frequentava a alta sociedade, Keith era leal a seus velhos amigos. “Eles não se aguentavam mais, a ponto de Jagger não querer ouvir sobre os Stones. Ele planejava se tornar a maior estrela de rock do mundo”, afirma o jornalista Sacha Reins. Porém, os dois álbuns solo do vocalista – She’s the boss (1985) e Primitive cool (1987) – não lhe permitiram concretizar esses planos. “Faltava uma coisa: o som dos Stones, que sai da guitarra de Keith”, resume Reins.
“A banda não fazia shows desde 1982. Keith esperava uma nova turnê para 1987, mas Mick preferia estar sozinho”, lembra o jornalista de rock Christian Eudeline. “Furioso, Keith atacava Mick sempre que podia, tratando-o como ‘disco-boy’ e dizendo que ele deveria cantar para o Aerosmith, um insulto supremo, pois sabemos que esse grupo foi considerado uma cópia dos Stones”, acrescenta.
AMBIÇÃO No auge do conflito, Richards decidiu fazer seu próprio álbum, mas sem a ambição de construir uma carreira solo. Então, convidou os amigos Bootsy Collins, Maceo Parker e o ex-Stone Mick Taylor para gravarem com ele.
Talk is cheap foi lançado em 3 de outubro de 1988. Se não traz os ingredientes de um bom álbum dos Stones, carrega o DNA blues-rock com toques de soul que fizeram a fama de Richards. Em 1989, Mick retomou o diálogo.
“Keith nunca teria dado esse passo. Para ele, os Stones tinham acabado”, garante David Tillier. Porém, a “máquina” voltou a funcionar. Em 1989, a banda lançou o disco Steel wheels, cuja turnê somou 115 shows.
TÚNEL DO TEMPO
A capa do LP original (foto) trazia Keith Richards em pose “bad boy”. De acordo com o guitarrista, o novo projeto inclui CD, vinil e digital, além de box set deluxe e edição limitada superdeluxe. Os dois últimos formatos têm seis faixas inéditas. Uma delas, disponibilizada nas plataformas digitais, é My babe, cover da canção de Willie Dixon.
saiba mais
'Temos filhos, então temos que nos dar bem', diz Luciana Gimenez sobre os ex
-
Milton Nascimento apresenta turnê Clube da esquina em BH
Orquestra Mineira de Rock comemora 20 anos e faz o seu maior show
Sandy e Junior: Justiça determina que site esclareça irregularidades na venda de ingressos
Saiba como a vinda de Dick Dale a BH mudou o cenário da surf music na cidade
“Desde o início, eles eram como cão e gato, como pode ocorrer entre irmãos. O problema remonta a 1979, quando Keith deixou a heroína. Ele queria pôr as mãos nos negócios do grupo, pensando em aliviar Mick, que teve muito trabalho para fazer os Stones durarem. Porém, Jagger recebeu mal a nova situação”, conta David Tillier, presidente do fã-clube francês Sympathy for the Devils.
“Acima de tudo, Mick tinha outras pretensões. Em 1983, quando os Stones renovaram seu contrato com a CBS, ele assinou ao mesmo tempo e em segredo outro contrato para três álbuns solo. Keith entendeu isso como traição”, lembra Tillier.
Os dois astros dos Stones eram radicalmente diferentes. Mick frequentava a alta sociedade, Keith era leal a seus velhos amigos. “Eles não se aguentavam mais, a ponto de Jagger não querer ouvir sobre os Stones. Ele planejava se tornar a maior estrela de rock do mundo”, afirma o jornalista Sacha Reins. Porém, os dois álbuns solo do vocalista – She’s the boss (1985) e Primitive cool (1987) – não lhe permitiram concretizar esses planos. “Faltava uma coisa: o som dos Stones, que sai da guitarra de Keith”, resume Reins.
“A banda não fazia shows desde 1982. Keith esperava uma nova turnê para 1987, mas Mick preferia estar sozinho”, lembra o jornalista de rock Christian Eudeline. “Furioso, Keith atacava Mick sempre que podia, tratando-o como ‘disco-boy’ e dizendo que ele deveria cantar para o Aerosmith, um insulto supremo, pois sabemos que esse grupo foi considerado uma cópia dos Stones”, acrescenta.
AMBIÇÃO No auge do conflito, Richards decidiu fazer seu próprio álbum, mas sem a ambição de construir uma carreira solo. Então, convidou os amigos Bootsy Collins, Maceo Parker e o ex-Stone Mick Taylor para gravarem com ele.
Talk is cheap foi lançado em 3 de outubro de 1988. Se não traz os ingredientes de um bom álbum dos Stones, carrega o DNA blues-rock com toques de soul que fizeram a fama de Richards. Em 1989, Mick retomou o diálogo.
“Keith nunca teria dado esse passo. Para ele, os Stones tinham acabado”, garante David Tillier. Porém, a “máquina” voltou a funcionar. Em 1989, a banda lançou o disco Steel wheels, cuja turnê somou 115 shows.
TÚNEL DO TEMPO
A capa do LP original (foto) trazia Keith Richards em pose “bad boy”. De acordo com o guitarrista, o novo projeto inclui CD, vinil e digital, além de box set deluxe e edição limitada superdeluxe. Os dois últimos formatos têm seis faixas inéditas. Uma delas, disponibilizada nas plataformas digitais, é My babe, cover da canção de Willie Dixon.