É uma peça dificílima, mas é também um trabalho que acompanha os violoncelistas por toda a vida. O resultado é tão bonito e há sempre muito respeito em relação à obra. Ela é como uma invenção do futuro”
. Asier Polo, violoncelista basco, que retorna a BH e interpretará Concerto para violoncelo em si menor, op. 104, de Dvorák
Três compositores estão em destaque nos concertos que a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta nesta quinta (14) e sexta-feira (15) na Sala Minas Gerais: o brasileiro Claudio Santoro (1919-1989), o francês Albert Roussel (1869-1937) e o tcheco Antonín Dvorák (1841-1904). Os dois primeiros estão sendo celebrados em 2019 por causa de duas efemérides – o centenário de Santoro e os 150 anos de nascimento de Roussel.
Já Dvorák é o autor que será interpretado pelo solista convidado, o violoncelista basco Asier Polo. Os concertos têm regência de Fabio Mechetti. Polo retorna a Belo Horizonte com a missão de interpretar uma das obras mais conhecidas para seu instrumento, o Concerto para violoncelo em si menor, op. 104.
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“Temos que destacar a grande capacidade que Dvorák tinha de fazer melodias. É uma peça dificílima, mas é também um trabalho que acompanha os violoncelistas por toda a vida. O resultado é tão bonito e há sempre muito respeito em relação à obra. Ela é como uma invenção do futuro”, afirma Polo.
O solista já é um velho conhecido da Filarmônica. Depois de participar de um concerto regido por Mechetti na Espanha, o regente e diretor artístico convidou o instrumentista para tocar com a orquestra mineira. Polo esteve pela primeira vez em BH nos primórdios da Filarmônica. “Era uma orquestra muito nova e me surpreendeu como os músicos estavam preparados e entusiasmados. Criamos um vínculo e, mesmo já tendo tocado com outras orquestras brasileiras, há um trato especial com a Filarmônica”, continua ele, que retornou a BH para outros concertos com a formação mineira.
PALESTRA
As duas apresentações desta semana serão abertas com Brasiliana, peça composta em 1954 por Santoro. Na época, o autor e regente amazonense vivia em São Paulo. A peça segue o modelo barroco dos três movimentos – Allegro/Adagio/Allegro. Sua estreia ocorreu em 1958, com a Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob regência do próprio Santoro.
Na sequência será executada Baco e Ariadne, op: 43: Suíte nº 2, de Roussel. O discípulo de Claude Debussy (1862-1918) compôs a obra em 1930 – sua estreia ocorreu um ano mais tarde na Ópera de Paris. Antes das apresentações, a partir das 19h30, haverá uma edição da série Concertos comentados. Elise Pittenger, que foi principal assistente de violoncelos da Filarmônica e é professora da UFMG, fará a palestra.
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Concerto com regência de Fabio Mechetti e o violoncelista Asier Polo. Quinta (14) e sexta (15), às 20h30, na Sala Minas Gerais, Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto. Ingressos: R$ 46 a R$ 140 (valores de entrada inteira). Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br