Enquanto boa parte da cidade se prepara para cair na folia a partir desta sexta-feira (1º/3), o reduto de música alternativa de BH mostra que hoje também é dia de rock. A Obra, o “bar dançante” da Savassi, faz uma festa paralela ao carnaval, com a presença da banda Far From Alaska. Os quatro integrantes do grupo, que costumam ter férias forçadas nestes dias de folia, festejam a chance de se apresentar.
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Mas todos os integrantes, segundo a instrumentista, abarcam influências de ritmos brasileiros ao repertório do Far From Alaska. “Crescemos escutando rock de todos os lugares, inclusive do Brasil. Além disso, fomos crianças dos anos 1990, então o axé também passou por nossas vidas. E ainda curtimos muito todas as músicas daquela época. Ouvimos em playlists nas viagens das turnês”, diz ela.
“A brasilidade, na verdade, é algo muito subjetivo.
FEMININO O grupo se distingue na cena do rock nacional pelos raros vocais femininos. Segundo Cris, mesmo estando habituado às bandas lideradas por homens, o público não demonstra resistência ao formato do Far From Alaska. “Ao contrário, há uma galera que quer ver mais meninas cantando e tocando. Estamos em um ponto de mudança de pensamentos, mesmo neste meio que ainda é tão masculino”, afirma a guitarrista e vocalista.
Já o repertório, todo em inglês, causou estranhamento quando o grupo potiguar começou a fazer sucesso. “Fomos muito questionados quanto a isso no período em que nos mudamos para São Paulo. ‘Por que não cantar em português?’, nos perguntavam.
Cris diz que o inglês surge naturalmente nas composições do Far From Alaska. “Nunca foi nosso objetivo, nem algo pensado para ser assim. A cena underground potiguar é bem diversa e são muitos os grupos que cantam em inglês. Tanto que algumas gírias antigas americanas já fazem parte do linguajar desses artistas. Como nossa geração sempre teve acesso às bandas de fora, cantar em inglês nos soa natural.”
EUROTRIP Após idas pontuais à Europa, os integrantes embarcaram em uma turnê pelo Velho Continente no ano passado. “Existe um senso comum de que o europeu é mais fechado, mas encontramos um público muito receptivo. Aliás, ir a um show de rock de uma banda desconhecida é uma atitude muito mais recorrente por lá do que aqui. Em geral, o brasileiro não sai de casa se não for realmente fã da banda”, afirma Cris. “Havia uma galera curiosa para saber como seria o show de rock de uma banda do Brasil. Muitos só conheciam o Sepultura.
Para hoje, o Far From Alaska promete a apresentação “frenética de sempre”, nas palavras da guitarrista. “É um show enérgico, bem explosivo, para liberar energias e liberar geral.” O repertório do show traz faixas do álbum mais recente do grupo, Unlikely (2017), assim como músicas do disco de estreia, Modehuman (2014).
Ao longo da semana, a banda lançou nas plataformas digitais versões acústicas de canções que integraram os dois trabalhos, como Bear e Elephant. As versões integram um EP que sairá em breve. “Essas músicas foram feitas ao violão, mas acabaram adequadas ao nosso estilo, focado nos riffs e nos efeitos de guitarra. Sentíamos que essas composições mereciam ser gravadas nesse formato. São sons bem pesados, que agora podem fazer parte de um luau”, define Cris..