Raquel Virgínia e Assucena Assucena fazem participação especial - Foto: Gui Paganini/Divulgação

O festival Verão Arte Contemporânea (VAC) inicia sua 13ª edição com uma visita ao repertório de Caetano Veloso. O show Caminhando contra o vento, realizado nesta quarta-feira (23), no Sesc Palladium, promove o encontro entre a cantora Aline Calixto e a Orquestra UFSJazz Big Band, de São João Del-Rei. Assucena Assucena e Raquel Virgínia, integrantes do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira, fazem participação especial.

O nome dado à apresentação é o verso inicial de Alegria, alegria, composição de Caetano presente em seu segundo álbum, lançado em 1967. A letra representa um marco para o início do movimento tropicalista e se tornaria um dos hinos contra o regime militar vigente à época.

Pela primeira vez, Aline Calixto se debruça sobre o legado do compositor baiano. “A obra de Caetano é atemporal. Suas letras são sempre muito contundentes e, nos dias de hoje, mais que necessárias”, define a mineira.

“Caetano é uma figura artística e política, que segue se apresentando e nos representando. Ainda que eu tenha algumas divergências com determinadas formas de pensar, ele é um artista que inquieta, incomoda, inspira e nos tira do lugar-comum”, completa Calixto.

Além das canções que revelam a riqueza musical e de discurso de Caetano Veloso, o repertório da noite reúne trabalhos de outros compositores que também promovem uma ode à liberdade criativa – viés presente em boa parte da programação do festival.

“Infelizmente, nos próximos meses, vamos ter que nos tornar cada vez mais resistência. É bom que o VAC esteja com a gente, peitando como sempre, de frente, o que estiver por vir, e reafirmando o lugar da arte na sociedade”, opina Aline Calixto. A cantora também ressalta a presença feminina na abertura do festival, acrescida com as presenças das mulheres trans Assucena Assucena e Raquel Virgínia.

VERÃO Idealizado e realizado pelo Grupo Oficcina Multimédia, com curadoria de Ione de Medeiros e Jonattha Horta Fortes, a programação do VAC ocupa diversos espaços da cidade até 17 de fevereiro, sempre a preços populares.

Ao longo de quase um mês, o evento prestará homenagens a dois artistas visionários: a cineasta Agnès Varda e o dramaturgo e diretor teatral João das Neves (1935-1981). Além de música, cinema e teatro, o festival reúne atrações de artes visuais, dança, gastronomia e literatura, com foco na valorização dos coletivos e dos artistas locais.

“É um festival que chega no verão, período geralmente carente de eventos artísticos, com um mês inteiro de programação bem elaborada. A curadoria traz um cuidado minucioso para reunir atrações diversificadas”, opina Aline Calixto.

Ela conta que participou da primeira edição do VAC, realizada em 2007. “Desde então, não tive a oportunidade de me apresentar novamente no evento. Fazer a abertura é muito simbólico. Vi o VAC aparecer e se desenvolver como um evento que faz a diferença na programação cultural de BH”, assinala a cantora.

 

CONCERTO Na quinta (24), será a vez do Quarteto Guignard se apresentar como parte da programação. O grupo realiza um concerto de música de câmara, no CCBB. O programa tem composições de Bela Bartok e Claude Debussy e dos brasileiros Arthur Barbosa, Maira Cimbleris, Daniel Wolff e Ernesto Nazareth. Na semana que vem, eles iniciam turnê no Chile.

 

Toda a programação do Verão Arte Contemporânea - que movimenta a cena cultural de BH até 17 de fevereiro - está disponível no site do festival.

CAMINHANDO CONTRA O VENTO
Show de abertura do Verão Arte Contemporânea (VAC). Com Aline Calixto e UFSJazz Big Bang. Participação de Assucena Assucena e Raquel Virgínia, do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira. Quarta-feira (23), às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. (31) 3214-5350. Ingressos a R$ 2 (inteira) e R$ 1 (meia-entrada).

 

CONCERTO DE MÚSICA DE CÂMARA
Com Quarteto Guignard. Quinta-feira (24), às 19h, no CCBB. Praça da Liberdade, 450, Funcionários. (31) 3431-9400. Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).