Apesar do ritmo dançante dos sucessos Somebody told me e Mr. Brightside, constantes nas boates alternativas de todo o mundo nos últimos 15 anos, a norte-americana The Killers nunca se notabilizou como uma banda de protesto ou politicamente engajada. Ainda que algumas de suas músicas falem de assuntos mais sérios, o grupo se firmou como ícone do indie rock por outros caminhos. No entanto, nesta semana, eles lançaram uma das expressões musicais mais fortes ouvidas até então contra o governo de Donald Trump.
Ouvidas e vistas, pois o single de Land of the free (Terra dos livres) foi divulgado em formato de videoclipe no YouTube. A direção do clipe foi de Spike Lee, que neste ano lançou seu próprio petardo contra Trump, o longa Infiltrado na Klan, indicado a melhor filme no Globo de Ouro.
Primeira novidade do Killers desde o álbum Wonderful wonderful (2017), a gravação tem ritmo lento e melodia sensível com piano e coro no refrão. Os versos falam sobre a contradição entre o discurso de liberdade que impera no imaginário estadunidense e a intolerância contra os imigrantes.
Um dos pontos da crítica é o projeto do muro de US$ 5,7 bilhões (R$ 21,4 bilhões) que Trump pretende erguer ao longo da fronteira com o México. “Lá na fronteira, eles vão levantar um muro/ Vigas de concreto e vergalhões de aço (eu continuo chorando) / Alto o suficiente para manter todas aquelas mãos imundas longe / De nossas esperanças e nossos sonhos (eu continuo chorando) / Pessoas que desejam as mesmas coisas que nós / Na terra dos livres”, diz uma das estrofes.
MARCHAS A canção ainda toca na violência causada pelas armas de fogo e na alta população carcerária do país. As imagens do clipe mostram marchas migratórias em Tijuana e as pessoas que tentam cruzar a fronteira na região sofrendo repressão policial. Descendente de imigrantes lituanos que fugiram do regime soviético, o vocalista Brandon Flowers usou a conta oficial da banda no Twitter para se pronunciar sobre o lançamento.
Na postagem, ele disse que Land of the free começou a surgir em 14 de dezembro de 2012, quando ele acordou e leu em seu celular sobre o tiroteio que acabara de ocorrer na escola infantil Sandy Hook, em Connecticut, com 20 crianças e oito adultos mortos. “Nos meses e anos seguintes, os EUA seriam atingidos por outros ataques de tiros contra inocentes e vários exemplos de injustiça racial ignorados”, escreveu.
Flowers lembrou da história de sua família, que procurou os EUA para viver em liberdade, e finalizou o texto dizendo “amo meu país. Sei que temos problemas complicados para resolver, mas, se você está à esquerda, à direita ou dividido entre a linha, você deve acreditar que podemos fazer melhor”. No YouTube, o vídeo registrou pouco mais de 800 mil visualizações.
Antes do Killers, o rapper Childish Gambino emplacou um dos maiores hits de 2018 abordando tema semelhante, em This is America. Uma das músicas mais ouvidas do ano, ela também fala sobre a violência policial e as contradições sociais no país.
Também fora dos Estados Unidos o contexto sociopolítico inspira lançamentos de sucesso. Apontado pelo jornal inglês The Guardian como sexto melhor álbum de 2018, Joy as an act of resistance, da banda de punk rock Idles, cujo som remete ao melhor do estilo feito nos anos 1970, fala em suas letras sobre temas importantes no debate midiático atual. Machismo, luta entre classes e até o Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia) motivaram composições.
Em Great, os versos dizem que Blighty, gíria usada para se referir à Grã Bretanha e usada na música como uma persona que representa a nação, “quer seu país de volta”, “chora por causa do preço do sanduíche de bacon”, “quer seu passaporte azul” e “não tem certeza do que é a união”. (Com AFP)
Ouvidas e vistas, pois o single de Land of the free (Terra dos livres) foi divulgado em formato de videoclipe no YouTube. A direção do clipe foi de Spike Lee, que neste ano lançou seu próprio petardo contra Trump, o longa Infiltrado na Klan, indicado a melhor filme no Globo de Ouro.
Um dos pontos da crítica é o projeto do muro de US$ 5,7 bilhões (R$ 21,4 bilhões) que Trump pretende erguer ao longo da fronteira com o México. “Lá na fronteira, eles vão levantar um muro/ Vigas de concreto e vergalhões de aço (eu continuo chorando) / Alto o suficiente para manter todas aquelas mãos imundas longe / De nossas esperanças e nossos sonhos (eu continuo chorando) / Pessoas que desejam as mesmas coisas que nós / Na terra dos livres”, diz uma das estrofes.
MARCHAS A canção ainda toca na violência causada pelas armas de fogo e na alta população carcerária do país. As imagens do clipe mostram marchas migratórias em Tijuana e as pessoas que tentam cruzar a fronteira na região sofrendo repressão policial. Descendente de imigrantes lituanos que fugiram do regime soviético, o vocalista Brandon Flowers usou a conta oficial da banda no Twitter para se pronunciar sobre o lançamento.
Na postagem, ele disse que Land of the free começou a surgir em 14 de dezembro de 2012, quando ele acordou e leu em seu celular sobre o tiroteio que acabara de ocorrer na escola infantil Sandy Hook, em Connecticut, com 20 crianças e oito adultos mortos. “Nos meses e anos seguintes, os EUA seriam atingidos por outros ataques de tiros contra inocentes e vários exemplos de injustiça racial ignorados”, escreveu.
Flowers lembrou da história de sua família, que procurou os EUA para viver em liberdade, e finalizou o texto dizendo “amo meu país. Sei que temos problemas complicados para resolver, mas, se você está à esquerda, à direita ou dividido entre a linha, você deve acreditar que podemos fazer melhor”. No YouTube, o vídeo registrou pouco mais de 800 mil visualizações.
Antes do Killers, o rapper Childish Gambino emplacou um dos maiores hits de 2018 abordando tema semelhante, em This is America. Uma das músicas mais ouvidas do ano, ela também fala sobre a violência policial e as contradições sociais no país.
Também fora dos Estados Unidos o contexto sociopolítico inspira lançamentos de sucesso. Apontado pelo jornal inglês The Guardian como sexto melhor álbum de 2018, Joy as an act of resistance, da banda de punk rock Idles, cujo som remete ao melhor do estilo feito nos anos 1970, fala em suas letras sobre temas importantes no debate midiático atual. Machismo, luta entre classes e até o Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia) motivaram composições.
Em Great, os versos dizem que Blighty, gíria usada para se referir à Grã Bretanha e usada na música como uma persona que representa a nação, “quer seu país de volta”, “chora por causa do preço do sanduíche de bacon”, “quer seu passaporte azul” e “não tem certeza do que é a união”. (Com AFP)