Quando falava que queria largar o curso de engenharia para ser músico, todos achavam que eu estava completamente doido”
Juarez Moreira, músico
“Lembro-me da Belo Horizonte de anos atrás com uma certa nostalgia. Era uma cidade muito bonita… Infelizmente, não conseguimos preservar muito sua memória. Ando pelas ruas e me recordo da arquitetura original, revisito todas as minhas lembranças.” A relação de Juarez Moreira com BH é central em muitas de suas obras. Natural de Guanhães, o compositor e violonista chegou à capital mineira no início dos anos 1970, em pleno regime militar. “Naquela época, quando falava que queria largar o curso de engenharia para ser músico, todos achavam que eu estava completamente doido”, recorda Juarez.
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Ao fazer um balanço dos 40 anos de carreira, Juarez garante que nunca se imaginou em outra profissão. “Ser músico é difícil, exige sacrifícios. É importante que você realmente ame o que faz”, afirma. O artista explicita o desejo de estar sempre ativo. A agenda de 2018, conta, foi apertada: shows ao redor de todo o Brasil e duas turnês pela Europa. Sobre a diferença entre os públicos, pontua: “Não dá pra falar que uma é melhor do que a outra, mas com certeza a plateia brasileira é mais calorosa do que a europeia. Por outro lado, vejo que lá fora o público é muito concentrado, quase não conversa durante a apresentação.
Para 2019, o cantor promete mais novidades, como a produção de um disco que registra a homenagem feita a Tom Jobim em janeiro. Parar ou dar um tempo, definitivamente, não é uma opção. “Estou rodeado de bons amigos que sempre rendem parcerias excelentes. As músicas deles se encaixam em minhas melodias e é sempre surpreendente”, comenta, orgulhoso.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Pablo Pires Fernandes.