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Ícone dos anos 90, banda L7 se apresenta em BH



Janeiro de 1993. Se você era jovem na época e ouvia rock, seu sonho de consumo era o Hollywood Rock. O festival já era grande no Brasil, um destino ainda exótico para grandes atrações internacionais. E a edição de 25 anos atrás, quase 26 – na Praça da Apoteose, no Rio, e no Estádio do Morumbi, em São Paulo –, é considerada a mais histórica delas.

Foi a edição de consagração do grunge, principalmente graças à participação do Nirvana num show deveras controverso, em que Kurt Cobain cuspiu nas câmeras de TV, destruiu equipamentos e virou manchete por vários dias. Também participaram do festival Red Hot Chilli Peppers, Alice in Chains e a banda californiana L7. As garotas de Los Angeles tinham a missão de esquentar o público para o Nirvana, na segunda noite do festival.

Ainda pouco conhecidas no país, tocaram o terror na plateia, e fizeram um show que influenciou uma geração. Graças ao YouTube, podemos ver hoje a trupe de Donita Sparks fazendo uma das melhores apresentações do festival. E que foi importante também para a banda, vale dizer.

“Foi tão louco, os fãs foram realmente quentes e nós nos divertimos bastante.
Tem muito daqueles shows nas imagens do nosso documentário”, afirma Donita. O show daquela época foi baseado no álbum Bricks are heavy (1992), o mais importante da banda. O L7, banda fundada por quatro garotas – Donita e Suzi Gardner, vocal e guitarras; Jennifer Finch, baixo; e Demetra Plakas, bateria – ficou na ativa até 2000. Voltou há quatro anos com a formação original e retorna ao Brasil pela primeira vez desde aquele 1993. Hoje, o quarteto toca em BH, no Mister Rock, com abertura da banda goiana Carne Doce.

Neste retorno, a banda lançou o documentário Pretend we’re dead (2017), que traz as imagens do Hollywood Rock. Já no início do próximo ano vai lançar um novo álbum, o primeiro desde 1999 – da fase inicial são seis discos lançados.

As L7 são, desde sempre, ícones feministas. Mas que não falem que o L7 é uma banda de garotas.
Logo no início do documentário fica claro que o assunto, obrigatório em qualquer entrevista antiga da banda, irritava um bocado as integrantes. “Nós sempre fomos nós mesmas, apenas L7”, diz hoje Donita, que descarta qualquer rótulo. “Tocamos uma mistura de punk, metal, pop e art rock. Mas na essência nós somos das cenas underground e punk.”

Para a vocalista, tocar hoje é bem diferente do que há décadas atrás. “Agora, há os computadores, internet e também os telefones celulares. Isto faz com que haja uma relação diferente com os fãs tanto antes quanto durante os shows.” E que fãs são esses? “Hoje nossa plateia é bem misturada. Tem os fãs dos velhos tempos e os novos, o que para nós é supersaudável.”

L7
Show nesta quinta (6), a partir das 21h, no Mister Rock, Avenida Tereza Cristina, 295, Prado, (31) 99238-7499. Abertura com Carne Doce.
Ingressos: R$ 80. Informações: queremos.com.br.