O cantor e compositor carioca João Cavalcanti já perdeu as contas de quantas vezes se apresentou em Belo Horizonte – sozinho ou ao lado da banda Casuarina. Neste sábado (1º), ele vai subir ao palco de um espaço que virou sinônimo de efervescência cultural: o Mercado Distrital do Cruzeiro. “Vários amigos músicos de BH, como Aline Calixto e Thiago Delegado, já me falaram desse lugar legal. Será bacana lançar o disco lá”, comenta João, que chega à cidade para divulgar Garimpo, seu novo trabalho.
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BAILES Assim como outros mercados da cidade, o Distrital aposta na cultura.
Percebendo que o espaço estava “desperdiçado”, Kuru vislumbrou seu potencial. A localização privilegiada, perto das avenidas Afonso Pena e do Contorno, e as características de mercado de bairro dão charme ao Distrital. “A ideia não é transformá-lo em shopping, mas em local de reverberação da cultura e da cidadania. Aqui é um espaço de encontros, para que as pessoas possam curtir, fruir e interagir”, aponta.
O palco do Distrital é eclético. “Todo mundo da cidade já se apresentou aqui. Nomes conhecidos ou não.
TRADIÇÃO O Mercado Central, um dos pontos turísticos mais famosos de BH, também se rendeu à música. A primeira edição de seu festival cultural, promovida de abril a novembro durante o happy hour, surpreendeu. “Chegou a superlotar. Tivemos que transferi-lo para um espaço maior, no estacionamento. A aceitação foi enorme”, comemora Raphael Maia, presidente do Instituto Sérgio Magnani, organizador do evento.
Espaço tradicionalmente democrático, o Mercado Central recebeu público pra lá de eclético para conferir shows de Thiago Delegado, Toca de Tatu e Abre a Roda – Mulheres no Choro, entre outras atrações. “Tivemos do executivo de terno e turistas aos próprios funcionários daqui. Gente de todas as idades”, conta Raphael.
Este ano, o festival se concentrou na música instrumental.
Neste fim de semana, 38 ceramistas mineiros expõem suas peças lá. A 33ª Feira de Cerâmica de Minas Gerais divulga a arte de modelar o barro junto ao público, com venda de produtos e oficinas destinadas a leigos. A agenda também inclui performances sonoras, como a de Gilberto Macruz e Marco Scarassatti. Neste sábado, às 10h, eles apresentarão Antes do barro, o som.
Aberto este ano, o Mercado da Boca, no Bairro Jardim Canadá, não se limita a ser um polo gastronômico, diz Felipe Chalub, gerente de marketing do empreendimento. “A ideia é que os frequentadores não venham aqui só para comer e beber, mas para passar o dia, curtir algum evento”, comenta.
Às quintas e sextas-feiras, o happy hour oferece programação musical e cardápio especial. Deu tão certo que, neste mês dezembro, a agenda será estendida para os fins de semana. A programação valoriza artistas de BH e do próprio Jardim Canadá.
Garimpo no Cruzeiro
Durante o show no Distrital do Cruzeiro, João Cavalcanti vai lançar o disco Garimpo. À primeira audição, o álbum pode causar estranhamento. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário.
“Ao longo de 20 anos, sempre tive os mais variados parceiros e transitei em todos lugares. Sou estrangeiro e insider ao mesmo tempo, daí a diversidade sonora do disco”, explica. “Garimpo me deu a oportunidade de me expor, de me mostrar sem defesas, pois traz só a minha voz e o instrumento. Ele abarca muitos gêneros. Percebo a surpresa por parte de quem me ouve. Brinco que é reintegração de posse sem violência, justamente por revelar a minha diversidade como compositor”, diz João Cavalcanti.
Produzido em parceria com um velho amigo, o compositor, sanfoneiro, pianista e arranjador Marcelo Caldi, o CD tem 14 faixas. Só Serpentina (Marcelo Caldi e Edu Krieger) não leva a assinatura de João. “Eu e Marcelinho sempre nos nos encontramos. Ele participou dos discos do Casuarina, minha antiga banda, e de Placebo, meu primeiro trabalho solo”, conta.
Garimpo no Cruzeiro
Durante o show no Distrital do Cruzeiro, João Cavalcanti vai lançar o disco Garimpo. À primeira audição, o álbum pode causar estranhamento. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário. O próprio artista reconhece que o projeto é fruto de importante mudança em sua carreira.
“Ao longo de 20 anos, sempre tive os mais variados parceiros e transitei em todos lugares. Sou estrangeiro e insider ao mesmo tempo, daí a diversidade sonora do disco”, explica. “Garimpo me deu a oportunidade de me expor, de me mostrar sem defesas, pois traz só a minha voz e o instrumento. Ele abarca muitos gêneros. Percebo a surpresa por parte de quem me ouve. Brinco que é reintegração de posse sem violência, justamente por revelar a minha diversidade como compositor”, diz João Cavalcanti.
Produzido em parceria com um velho amigo, o compositor, sanfoneiro, pianista e arranjador Marcelo Caldi, o CD tem 14 faixas. Só Serpentina (Marcelo Caldi e Edu Krieger) não leva a assinatura de João. “Eu e Marcelinho sempre nos nos encontramos. Ele participou dos discos do Casuarina, minha antiga banda, e de Placebo, meu primeiro trabalho solo”, conta.
O repertório traz as preciosidades O nego e eu (feita por João para a cantora Roberta Sá), Dia lindo (parceria dele com Joyce Moreno), A causa e o pó (com Lenine) e o xote Sercidade (com Caldi), além de Valsa do baque virado, gravada pelo MPB-4, canção de Cavalcanti e Mario Adnet. A faixa-título é parceria de João com Antonia Adnet, filha de Mario.
Indivídua, de João e Pedro Luís, ganhou videoclipe estrelado por Camila Pitanga, com direção de Alexandre Nero. “Nero nunca tinha dirigido ninguém, além dele mesmo. No clipe, parece que já faz isso há 50 anos”, revela Cavalcanti.
GARIMPO
. De João Cavalcanti e Marcelo Caldi
. Som Livre/MP, B
. R$ 24,90
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