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Bis para Calcanhoto

Adriana Calcanhoto volta a BH com a turnê 'A mulher do pau-brasil'


No começo de agosto, Adriana Calcanhotto estreou em Belo Horizonte a turnê de A mulher do pau-brasil, com ingressos esgotados dias antes. E mais do que isso. Quando a cantora e compositora voltou para o bis, ainda nos bastidores, os produtores avisaram que ela já poderia marcar a data de retorno à capital mineira. “Isso nunca tinha acontecido antes. Fiquei emocionada. BH acabou dando muita sorte pra gente desde então porque a turnê tem sido maravilhosa”, diz.

Nesta quinta-feira (22), Adriana está de volta ao Palácio das Artes para mais uma e única apresentação. O show é praticamente o mesmo. Ao lado dos músicos Bem Gil (guitarra, flauta e voz) e Bruno Di Lullo (baixo, piano e percussão), a artista gaúcha mostra um set list que faz uma volta no tempo, com referências ao Manifesto pau-brasil, de Oswald de Andrade, e ao Tropicalismo, o que inclui Eu sou terrível (Eramos Carlos e Roberto Carlos) e Geleia geral (Gilberto Gil e Torquato Neto), músicas inéditas, releituras (As caravanas, de Chico Buarque, e Nenhum futuro, de João Bosco e Francisco Bosco), e clássicos de seu repertório – Inverno, Vambora e Esquadros.
“O show nasceu daquele jeito e não tem muitas modificações. Mas ele está mais amadurecido. O curioso é que, apesar de ter apenas três meses, parece que estou há anos com essa turnê, de tão intensa. Teve lugares em que fizemos duas sessões”, comenta.

A mulher do pau-brasil passou por praças em que Adriana Calcanhotto nunca tinha estado antes, como o interior do Piauí. “Foi uma grata surpresa. Os shows lá fizeram parte de um projeto que percorre o sertão piauiense. Eu só conhecia Teresina e foi uma delícia ir para lugares como Floriano, Parnaíba e Piripiri.
Foi um mergulho no Brasil”, destaca.

O projeto de A mulher do pau-brasil nasceu em Portugal, onde Adriana participou de uma residência artística. A cantora segue em turnê no Brasil até fevereiro, quando volta para Coimbra para mais uma temporada lusitana. “Vou voltar para dar o mesmo curso na universidade, Como escrever canções. Foi muito bacana essa experiência. A maioria dos alunos eram portugueses, mas tinha brasileiros, inclusive gente que saiu daqui só para ir lá fazer. Dar aulas não foi algo planejado, mas foi um grande privilégio.”

Adriana faz questão de dizer que a nova temporada portuguesa não significa abandonar o país. “O Brasil precisa da gente mais do que nunca. Não estou julgando quem decidiu ir embora de vez, mas esse não é o meu caso.
Ficar é uma maneira de resistir”, declara.

A cantora prefere não criar expectativa sobre o futuro da cultura no país e defende que, independentemente do que virá, o melhor é lutar. “Não sou muito de fazer especulações sobre o que quer que seja. Temos de ficar atentos e lidar da melhor forma com o que vier. Por enquanto vou me concentrar na turnê, na preparação das aulas. Mas estamos aí e vamos resistir.”


A MULHER DO PAU-BRASIL

Show de Adriana Calcanhoto e banda. Hoje, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro. (31) 3236-7400). Ingressos: Plateia 1, R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia); Plateia 2, R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia); Plateia superior, R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Ingressos à venda na bilheteria do teatro e no site www.ingressorapido.com.br..