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Um ritmo popular

Festival I Love Jazz chega a BH com shows nacionais e internacionais


A Serra do Curral testemunha um dos festivais de música mais charmosos de Belo Horizonte com atrações do Brasil e do exterior. Há uma década, o I Love Jazz leva para a Praça do Papa o que há de melhor do estilo musical, que nasceu nas ruas de Nova Orleans, nos Estados Unidos. No sábado, se apresentam Célio Balona e Fizz Jazz. A Happy Feet Jazz Band encerra a noite. No domingo, é a vez das atrações internacionais María Noel Taranto, do Uruguai, e Mark Lambert, americano que sobe ao palco com o Quinteto Radio Swing e da banda paulista Jazz Band Ball. “Estamos muito felizes de completar 10 anos do festival. Não é fácil manter, principalmente pela crise que atingiu o Brasil nos últimos anos”, afirma o trompetista Marcelo Costa, da Happy Feet Jazz Band.

A programação começa no sábado (24) com aula de lindy hop ministrada por dançarinos do grupo de dança BeHoppers. “O festival entrou para o calendário da cidade.
As pessoas ficam aguardando”, afirma Marcelo. O evento traz sucessos de mestres do gênero, como Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Louis Armstrong, Kid Ory, Paul Barbarin, W.C Handy, entre outros.

Ao longo de 10 anos, o festival contribuiu para ampliar o número de admiradores do ritmo, muitas vezes, erroneamente classificado como música de elite. “Conseguimos atingir esse objetivo. Antes, quando falávamos de jazz, as pessoas faziam cara de ‘o que é isso’? Agora, fazem uma cara de ‘ah, eu quero’. Foram 10 anos de muito trabalho. O jazz nasceu no gueto. É um ritmo popular”, afirma Marcelo.

Desde os primeiros anos, nas décadas de 1920 e 1930, em Nova Orleans, o jazz se transformou, subdividindo-se em várias vertentes.
“O jazz moderno se tornou música mais cerebral. Mas no I Love Jazz trazemos músicas mais populares. Não é preciso entender para gostar”, completa Marcelo. Ele lembra que a programação agrada a todos, desde os mais aficionados com o estilo, como é o caso do próprio Marcelo, a pessoas que estão começando a descobrir esse universo agora.

De cinco anos pra cá, tem sido retomada a dança nas apresentações de jazz. Em Belo Horizonte, parte desse trabalho tem sido empreendido pelo grupo de dança BeHoppers. “É um movimento mundial. O jazz é música para dançar. Foi feita para isso.
Em todos os lugares, estão retomando essa coisa de dança. Em Belo Horizonte, tem sido feito de cinco anos para cá”, diz. Marcelo reforça a importância dos BeHoppers nesta retomada: “Não é muito complicado. Com algumas aulas, a pessoa já é capaz de fazer os passos”.

ARRANJOS Ícone da música mineira, o compositor, arranjador e tecladista e acordeonista Célio Balona se apresenta no sábado. “Estamos preparando para o I Love Jazz, um festival tradicional, um repertório de grande standards do jazz. Músicas que ficaram para sempre. Vamos apresentá-las com orquestração diferente, usando teclado, baixo, bateria, saxofone tenor, saxofone soprano”, afirma. Entre os sucessos Fly me to the moon, Lullabye of Birdland e Embraceable you, entre outros. Sem adiantar, Célio revela que fará duas músicas no acordeon.

Para Célio, uma das características do I Love Jazz é abrir espaço para a “grande música feita nos Estados Unidos”. “Por meio de novos arranjos, mostramos esse universo tão rico do jazz, música apreciada e valorizada em qualquer parte do mundo”, diz.
O jazz, conforme ressalta, está entre os estilos considerados de grande qualidade pela valorização da melodia, ritmo e harmonia sofisticada. “É uma música completa. O bom é deixar se envolver por aquela música”, completa. O músico fará sua terceira participação no festival. “Tenho essa grande alegria e prazer de voltar à Praça do Papa. O público é maravilhoso e interessadíssimo. Passamos emoção e o público corresponde, enviando emoção de volta. Isso é muito gratificante.”

No sábado também se apresenta a Fizz Jazz, swing band ao estilo de Nova Orleans do início do século 20, formada há três anos em São Paulo. “Somos um sexteto. Começamos tocando nas ruas de São Paulo.
Depois, vieram convites para tocarmos em bares e casamentos”, diz o músico Cléber Guimarães. A banda optou pelas composições mais dançantes. “O jazz dos anos 1920 e 1930, quando o estilo surgiu, é mais dançante, mais alegre. Mais tarde, o estilo evoluiu bastante para o be bop e o free jazz”, afirma. A banda não deixa de se apresentar na rua pelo encanto que provoca nas pessoas. “A rua é onde surgiu o estilo. As pessoas que já conhecem vêm conversar. Algumas pessoas não fazem ideia do que estamos tocando, mas também interagem. Também chama muita atenção das crianças”, conta.

NATAL O estilo embalou muitas festas, bailes e era muito tocada nas rádios nas décadas de 1930, 1940 e 1950. Todo esse universo e ambientação são trazidos pela banda mineira Happy Feet Jazz Band. Para este ano, a banda traz novidades. Incorporou ao repertório composições de Ray Charles e aproveita a proximidade de dezembro para trazer standarts natalinos. “Temos duas músicas de Natal para celebrar”, adianta Marcelo. No domingo, entre as atrações está María Noel, uma das mais importantes cantoras da América Latina. “María tem presença de palco muito forte, além de cantar maravilhosamente bem”, afirma o organizador. Outra presença internacional é o músico americano Mark Lambert, que encerra a programação que será aberta pela Jazz Band Ball. “Faremos um repertório eclético dentro do perímetro do jazz puro, originário nos preâmbulos dos anos 1900. Homenagearemos os ícones dessa época, entre eles, Louis Armstrong, Kid Ory, Paul Barbarin, W.C Handy e outros”, adianta o músico paulista Carlos Lima.

 

 

Confira a programação do evento

» Sábado (24)

16h30 – Jazz Dance (aula de lindy hop com BeHoppers)
17h30 – Célio Balona
19h – Fizz Jazz
20h30 – Happy Feet Jazz Band

» Domingo (25)

17h30 – Jazz Band Ball
19h – María Noel Taranto
20h30 – Mark Lambert

Praça do Papa, Mangabeiras
Entrada franca

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