"A palavra balanço não tem a ver só com dança e coreografia. Sou muitas mulheres ao mesmo tempo e preciso me equilibrar para ser mãe, filha, cantora e empresária". É com essas palavras que Claudia Leitte define sua nova música Balancinho, que estreou nesta quarta-feira, 7, nas plataformas digitais.
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A artista afirma que essas mudanças não representam uma nova etapa em sua carreira e tampouco um distanciamento de suas raízes soteropolitanas. "Não é uma outra fase que estou vivendo. Ficar num trio elétrico por muitas horas cantando a mesma coisa é uma encheção de saco.
Veja abaixo a entrevista de Claudia Leitte.
O que define Balancinho?
Uma música solar, que desperta meu desejo de dançar, e eu constatei que faz isso com todo mundo em volta. Minha família passou o final de semana dançando esta música. Meus filhos, meus sobrinhos... todo mundo pulando em cima da mesa. É uma música que traz felicidade.
A família então ficou sabendo antes de todos?
Com certeza. A primeira audição é lá.
Você acredita que Balancinho vai fazer mais sucesso que a música Carnaval, lançada no começo deste ano?
Eu nunca comparei uma música com a outra.
Qual foi o motivo para centenas de "Claudias" aparecerem no clipe?
Eu sou todas elas, tenho múltiplas funções e preciso balancear tudo isso em mim. Balancinho me remete ao movimento de estar sempre indo de um lado para o outro, buscando equilíbrio, sem deixar de ser a mesma pessoa nos diferentes momentos. Se você for minucioso, verá que o clipe mostra uma Claudia que conecta todas as outras. Sou uma mulher cheia de cores, um pouquinho de cada uma delas. Essa música é uma metáfora para minha vida.
Você já fez parceria com Pitbull, Daddy Yankee, Jennifer Lopez e já cantou em inglês e espanhol. Você se considera numa nova fase da sua carreira ao atuar com músicos internacionais?
Acho que essa ideia é uma percepção de quem me assiste.
Algumas pessoas criticam essa internacionalização. O que você pensa sobre?
Eu nem penso nisso. Música não tem fronteiras, não tem limite e nem espaço. Música é liberdade. Eu já gravei com Roberto Carlos, Jair Rodrigues, CPM 22, Badauí, Ricky Martin, Pitbull, Jennifer Lopez e essas parcerias nunca me limitaram artisticamente.
O carnaval brasileiro tem uma forte presença do axé baiano, mas hoje existe uma mistura muito nítida desse ritmo com o pop, o funk e o sertanejo. Você nasceu do Axé e hoje também canta pop; Anitta veio do funk e idem, por exemplo. Isso descaracteriza essa festa nacional?
A música da Bahia é essencialmente o axé, e ele nos faz passear por diversos estilos. Então essa mistura de sons sempre aconteceu. Para você ter uma ideia, a gente já recebeu Bono Vox (rock), Elba Ramalho (forró), Quincy Jones (produtor de jazz, pop e funk americano) e Falcão (Rappa) no carnaval de Salvador.
Além disso, eu já cheguei a puxar 12 horas de trio elétrico e posso falar: não tem como se fazer carnaval seguindo um único ritmo. O carnaval, por si só, é plural demais. Se você pegar os grandes hits de axé do passado, vai ver que Caetano Veloso toca, Gilberto Gil toca… você ouve de tudo. Acho que a essência da música da Bahia é essa pluralidade. A gente tem uma identidade, uma percussão muito forte, mas a base é a mistura de gêneros e de pessoas. É por isso que dá certo.
Balancinho acompanha essa mistura de gêneros?
Com certeza. É uma música carnavalesca que vai puxar o bloco! Ela é tão misturada que eu nem sei quais ritmos estão ali. É uma música muito baiana, nasceu na Bahia, de compositores baianos, mas tem influências que vão para além dos trópicos. Dá para escutar em qualquer momento e em qualquer lugar.
O ano de 2018 ficou marcado pelos seus 10 anos de carreira solo. Como você define sua trajetória musical da última década?
Minha comemoração foi em cima do trio elétrico, exatamente no dia que eu celebrei os 10 anos. Eu estava fazendo show em São Paulo e foi incrível, pois tinha 2 milhões e meio de pessoas nessa celebração e ali confirmei que tudo está no lugar certo. Sempre acreditei que o carnaval da Bahia não cabia só em Salvador. É uma festa democrática, de graça, de rua e que tem que impregnar o mundo. Esse é o balanço que eu faço destes 10 anos: um imenso carnaval, já que eu vejo que a música tem acontecido de forma alegre e para todos.
E quais são os seus desejos para o futuro?
Não tenho apenas desejos. Sou uma mulher de projetos e tenho vários aqui. Depois de Balancinho, vêm mais músicas. Fora isso, tem o The Voice Kids para fazer e dia 14 lanço uma música com Mano Walter .
Veja o vídeo de "Balancinho" abaixo:
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