Marcelo Jeneci traz show com pegada intimista a BH

Cantor, compositor e instrumentista dispensa a banda e dá nova roupagem a sucessos de sua carreira nesta quinta-feira (1o), n'A Autêntica

por Walter Felix 01/11/2018 18:17
Douglas Zuaneti Arruda/divulgação
Douglas Zuaneti Arruda/divulgação (foto: Douglas Zuaneti Arruda/divulgação)
Marcelo Jeneci traz o show Solo a BH. Sem banda, o paulista quer potencializar suas facetas de cantor, compositor e instrumentista, apresentando sucessos com nova roupagem e inéditas que vão integrar seu próximo disco. “Vou sozinho, mas com sanfona, sintetizador, piano e muita verdade”, adianta Jeneci.

O projeto, com pegada intimista, busca privilegiar a voz. “Venho de dois discos e duas turnês com muitos elementos. Agora tenho a vontade profunda de fazer algo mais minimalista”, explica. Ele promete surpreender o público com novas versões de letras das canções que conquistaram os fãs, como Felicidade, Pra sonhar, O melhor da vida e Quarto de dormir. “Quis atualizá-las a partir do que tenho visto hoje, sonoramente falando”, conta Jeneci.

O compositor não dá detalhes sobre as inéditas. Diz se pautar no momento presente, tanto que não define previamente o repertório dos shows. “Na hora do ensaio, depois de passar o som e entender o lugar, é que vou me dar conta de quais das músicas novas que serão evocadas.”

O terceiro álbum, sucessor dos elogiados Feito pra acabar (2010) e De graça (2013), deve ser lançado no primeiro semestre de 2019. “Estou gravando em casa, numa confecção mais particular. Uso a manta sonora do lugar onde moro para construir elementos das músicas”, conta. Marcelo mora no Rio de Janeiro, perto da Floresta da Tijuca. “Fazer um disco na própria casa é transformar o cotidiano em linguagem”, resume.

AUTONOMIA

Apostando na renovação constante do repertório, Jeneci pretende fazer o show Solo por toda a vida. “Acho importante o artista ter a autonomia de poder circular pelo Brasil profundo, não ligado ao circuito cultural da música brasileira. Chegamos aonde o povo está, para que ele conheça e faça contato com a nossa expressão”, afirma.

“O fato de tocar e cantar sozinho possibilita explorar esse lugar mais autônomo. Hoje, tudo na música aponta para a autonomia em divulgar o próprio trabalho. Não me importaria de fazer um show para três ou quatro pessoas, desde que possa sentir o afeto desse contato. Um público limitado pode nos afetar mais que a multidão”, afirma.

O cantor está atento ao momento político. Lamentou, por meio de suas redes sociais, a vitória de Jair Bolsonaro, no último domingo, compartilhando a frase “ninguém solta a mão de ninguém”. “O afeto está presente no meu recado como um todo”, observa. “O mais importante de dizer agora é outra frase, de origem indígena, que sempre me acompanha e me edifica: Nós somos aqueles por quem estávamos esperando.”

Em seu primeiro show pós-segundo turno, Jeneci quer passar a mensagem de perseverança. “Que essa eleição, que se deu no mais baixo nível que já vi, potencialize a nossa humanidade, a nossa capacidade de reunir e nos reinventar. Se a vida explode em dor, no coletivo ela explode em cor. A opressão está tão grande e isso só levanta a nossa força para perceber que não é um ou outro, somos nós mesmos. Somos os presidentes do Brasil e, paralelamente ao Jair, podemos construir o país em que acreditamos.” (WF)

MARCELO JENECI
Nesta quinta-feira (1º/11), às 22h. Abertura: Leo Moraes, que lança o disco Dia verde-escuro. A Autêntica. Rua Alagoas, 1.172, Savassi. (31) 3654-9251. R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia-entrada ou mediante doação de 1kg de alimento não perecível). Vendas on-line no site Sympla.

MAIS SOBRE MUSICA