Baixista camaronês Richard Bona faz shows em Belo Horizonte e Ouro Preto

Radicado na França, músico é aclamado no mundo do jazz

por Carolina Cassese* 28/09/2018 11:00

“Música boa.” É dessa maneira que Richard Bona descreve seu repertório. “O show é uma feijoada, minha banda tem gente de todos os cantos do mundo. Sou apaixonado por essa mistura”, diz o multi-instrumentista camaronês, atração desta sexta-feira (28), no Sesc Palladium. Radicado na França e baixista aclamado no mundo do jazz, ele trabalhou com Stevie Wonder, Pat Metheny, John Legend, Bobby Mc Ferrin, Harry Belafonte e Mike Stern, entre outros.

MIGUEL MEDINA/AFP
Bona nasceu numa família de músicos e fala 11 idiomas (foto: MIGUEL MEDINA/AFP)

O show integra a programação do Circuito Vijazz & Blues Festival. O repertório de Bonna traz músicas de seus dois últimos discos: Bonafied (2013) e Heritage (2016). “Gosto de abraçar a diversidade. Quando conheço lugares e pessoas diferentes, sinto que sou um homem melhor do que era antes. A partir do encontro com o outro, você abraça a tolerância”, afirma ele, fã do Brasil. A turnê brasileira inclui shows em Salvador e no Rio de Janeiro. Sábado (29), ele vai tocar na Praça Tiradentes, em Ouro Preto.

“Amo o Brasil: pela arte, pelas amizades e pela recepção carinhosa que sempre encontro quando vou aí”, diz ele, por telefone, de Montevidéu, onde se apresentou esta semana. O camaronês, que já tocou no carnaval do Recife, cita Caetano Veloso, Maria Bethânia, Chico César e Luiz Gonzaga como influências para ele.

“Estou em casa quando vou ao Brasil. Sei que o país enfrenta dificuldades, inclusive está enfrentando momentos difíceis agora, mas as pessoas estão sempre com um sorriso no rosto, carregando esperança”, elogia. Esta noite, Bona estará acompanhado da banda formada por Dennis (trompete), Michale Lecoq (teclado), Archibal Ligonniere (bateria) e Ciro Manna (guitarra).

ÁFRICA

Nascido em família de músicos – o avô era griot e percussionista –, Bona começou a tocar aos 5 anos em uma igreja na pequena cidade de Minta, no Camarões. Adolescente, jamais ouvira falar de jazz, até ser convidado a se apresentar num clube de música instrumental. Anos depois, seu talento chamaria a atenção do planeta.

O baixista camaronês mora na França e já viveu nos Estados Unidos. Orgulha-se de falar 11 idiomas. Nunca deixou as raízes africanas de lado – ritmos do continente estão presentes nos sete álbuns que lançou.

Também cantor e compositor, Bona diz que pratica música diariamente, desde criança. “Quer ser bom em algo? Exercite. Os bons músicos têm isso em comum, estão sempre treinando”, ensina. Nome emblemático da cena instrumental, o camaronês recebeu vários prêmios – entre eles, o francês Victoires du Jazz Awards e o Antônio Carlos Jobim, concedido pelo Festival Internacional de Montreal, no Canadá.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

RICHARD BONA
Sexta-feira (28), às 21h. Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Plateias 1 e 2: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada). Plateia 3: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). Sábado (29), às 17h, ele se apresenta na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, com entrada franca.

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