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Iconili e Ana Muller fazem show no CCBB nesta quinta

O festival carrega no próprio nome uma estratégia: Sai da Rede – O Som que Vem da Web. O objetivo é levar para o palco fenômenos de popularidade que despontaram na internet, mas ainda não encontraram meios de viajar pelo país. O evento começa nesta quinta-feira (13), no Centro Cultural Banco do Brasil, e vai até domingo.

A curadoria ficou a cargo dos produtores culturais Amanda Menezes e Pedro Seiler, idealizadores do projeto. Vão cantar Baco Exu do Blues, Àttooxxá, Plutão Já foi Planeta, Luiza Lian, Iconili, Ana Muller, Luedji Luna e Almério. Também haverá rodas de conversa e exibição de filmes.

Seiler diz que os shows ressaltam a diversidade dos estilos musicais criados em diferentes regiões do Brasil. Ele destaca que não é mais possível ignorar a internet, o principal instrumento de produção, divulgação e consumo de música. “Estamos no ápice disso, é muito baixo o percentual dos formatos físicos. Os artistas conseguem fazer a própria divulgação nas redes sociais de maneira muito simples.”

MPB A cantora e compositora Luiza Lian diz que o festival é uma oportunidade de “colocar o trabalho no mundo”.

O repertório do show reflete a transição entre seu segundo álbum, Oyá tempo, e canções de Azul moderno, disco que será lançado em 25 de setembro, definido por ela como “MPB bem moderna”. “É música eletrônica que não é techno nem remix, mas estruturada em cima disso com várias colagens e novos arranjos. É um pop mais artístico e brasileiro”, explica.

No domingo, a roda de conversa Mulheres na Web vai reunir a escritora Clara Averbuck e as youtubers Ana Luiza Palhares e Karla Lopes para conversar sobre feminismo, ativismo social, questões de gênero, igualdade racial e aceitação do corpo.

Pioneira na esfera dos blogs – começou a publicar na web em 1998 –, Clara Averbuck vivenciou a expansão do espaço feminino no mundo on-line. “No espaço onde escrevia, eu era a única mulher. Só depois surgiram outros blogs. A internet foi muito importante para abrir esse espaço, e isso se deve a várias questões, como a própria segurança de publicar algo. Descobri que mulheres enviam menos originais para editoras do que os homens, então o número menor de publicações femininas não é só uma questão de mercado, mas uma questão da construção da própria sociedade brasileira, que não nos prepara e incentiva a isso”, diz.

Os humoristas Caito Mainer (Rogerinho do Ingá), Daniel Furlan (Renan), Leandro Ramos (Julinho da Van) e Raul Chequer (Maurílio) vão participar de bate-papo no sábado (15).
Os membros do Choque de cultura conversam sobre seu projeto, um dos maiores sucessos do humor na web nos últimos anos.

TV Caito Mainer diz que a linguagem do Choque de cultura tem tudo para ser bem-sucedida em outras mídias, como a TV. “Assim como Falha de cobertura e O Último Programa do mundo (também da produtora TV Quase),  o Choque é programa de TV, com linguagem de TV, estrutura de TV. Porém, todos  têm uma certa precariedade e brincam com alguns códigos televisivos, que acabam virando comédia e sátira. Mas, para os personagens, aqueles programas existem e são para televisão”, afirma ele.

O humorista explica que seu programa é comprometido com a ética. “Colocamos ideias e piadas que achamos engraçadas, e não vemos graça em fazer piadas racistas, sexistas, homofóbicas. Mas não somos esse grupo que não ofende ninguém, ou seja, engajado em definir o limite do humor. Fazemos o nosso trabalho de acordo com o que a gente acredita, mas isso não nos impede de cometer erros”, diz Mainer. (Com Walter Felix)

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

FESTIVAL SAI DA REDE 2018
CCBB.
Praça da Liberdade, 450, Funcionários, (31) 3431-9400. Hoje, às 19h30, show de Iconili e Ana Muller. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Ingressos esgotados para shows e bate-papos que serão realizados de amanhã a domingo..