Paul McCartney, uma das últimas lendas vivas do pop, está longe de uma aposentadoria cômoda e aprazível: nesta sexta-feira (7), ele lança "Egypt Station", seu 17º álbum solo. O disco está disponível em todas as plataformas digitais.
Aos 76 anos, o ex-Beatle mostra uma confiança absoluta no som que o define há décadas, mas também uma clara disposição a se renovar.
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Seu otimismo se estende para além de sua vida. "Despite Repeated Warnings" é uma parábola de sete minutos e quatro melodias diferentes sobre a luta contra a mudanças climáticas e seus detratores, como Donald Trump.
"The engine's going to blow and we're going to be left down below" ("O motor vai explodir e vão nos abandonar ali embaixo"), adverte o cantor britânico, antes de que se ouçam repetidos gritos de "Yes, we can do it" ("Sim, nós podemos fazer isso").
- Novos caminhos -
Parte de "Egypt station" se apoia no legado dos Beatles, como "Do It Now", "Fuh You" ou "Hunt You Down Naked Clink", mas o álbum não deixa entrever uma ponta de nostalgia.
Isso porque a música toma direções inesperadas: McCartney brama como um expoente do hard rock em "Caesar Rock". E o mais surpreendente, recorre a assovios, gritos e efeitos da voz eletrônica típicos do pop-rock dos Millennials em "Fuh You".
Esta contém, além disso, uma das letras mais banais do álbum: "Want a love that's so proud and real / You make me want to go out and steal" ("Quero um amor orgulhoso e real / Você me faz querer sair e roubar").
A canção foi produzida por Ryan Tedder, o cantor de OneRepublic, enquanto a maior parte do álbum foi supervisionada por Greg Kurstin, conhecido sobretudo por ter coescrito a célebre balada de Adele "Hello".
- "Back in Brazil" -
"Egypt Station" é o primeiro álbum em cinco anos de McCartney, que regressa à arena internacional com um vigor renovado e uma turnê prevista para 2019.
Seu trabalho não tem nenhuma conexão explícita com o Egito apesar do título, escolhido como uma metáfora de uma viagem exótica e distante.
O cantor, mais conhecido por sua fascinação pela Índia, explicou que considera seu álbum como um diário de viagem, não só geográfico, mas também metafísico.
O álbum começa com um som de trem antes do "I don't know", a faixa favorita do cantor, uma balada sobre as dúvidas que surgem em uma relação.
"Back in Brazil", uma das apostas do álbum, é um tributo sutil à música do país. Ouça a música aqui.
Em "People Want Peace," McCartney insiste na mensagem pacifista herdada dos Beatles, mas com uma produção do século XXI, com baterias ressoantes.
"The message is simple / It's straight from my heart / And I know that you've heard it before" (A mensagem é simples / Vem direto do meu coração / E eu sei que você já a ouviu antes"), afirma na canção, acrescentando: "I'm not quitting while people are crying for more" ("Não vou desistir enquanto as pessoas estejam pedindo mais").