Prepare os ouvidos para all that jazz e mais e melhores blues. Mas não na tela do cinema. E, sim, ao vivo, com uma série de shows que dominam a agenda cultural de Belo Horizonte neste fim de semana. A abertura da 16ª edição do Savassi Festival, da versão 2018 da Rota do Blues e do 11º BH Blues Festival, tendo o norte-americano Lil’ Jimmy Reed como convidad,o ocorrem nesta sexta (3).
Amanhã, a praça de eventos da Filarmônica de Minas Gerais se transforma no Quintal Jazz. Hoje, o Som Clube agita a noite na Savassi com uma atração de música instrumental (Teach Me Tiger) e um show de MPB (Gui Hargreaves) de lançamento de um álbum – Rebento – que pretende ser um “manual de suavidade”.
“Quando começamos com esse projeto de jazz, não havia quase nada dedicado ao gênero, era um momento de baixa. Hoje, vejo muito mais iniciativas acontecendo”, comenta o empresário Bruno Golgher (Café com Letras), idealizador do Savassi Festival. “A cena regular cotidiana poderia ser mais rigorosa. Ainda falta uma infraestrutura, não de teatros e centros culturais, mas de uma rede informal, de bares e locais menores, onde os profissionais de jazz e de música instrumental possam tocar sempre”, observa Golgher.
Se em suas primeiras edições o Savassi Festival ficava restrito à região Centro-Sul, agora a programação expandiu seus limites e chega até Nova Lima (a partir do próximo sábado, 11 de agosto_). O Mercado Grano, no Jardim Canadá, abrigará tributos ao pianista e compositor Thelonious Monk (1917-1982) e a Nat King Cole (1919-1965), com show do quinteto liderado pelo guitarrista norte-americano Mark Lambert.
“É muito importante conhecer quem criou essa manifestação cultural e entender que ela se desenvolveu a partir desses artistas. A partir desse repertório canônico, o músico pode ir a qualquer lugar”, defende Golgher. Ele comemora que antigas melodias sejam executadas por adolescentes e bandas em formação, como a Orquestra Jovem Sesiminas, que integra a programação do Jazzinho, evento infantojuvenil marcado para domingo (5), na Praça Floriano Peixoto.
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Prestígio “Há aproximadamente sete anos a cena era muito mais complicada do que hoje, quando o gênero já alcançou grande prestígio. Há pouco tempo, quase não existiam casas noturnas que tocavam nossas músicas”, diz Auder. “O número de bandas aumentou, assim como a quantidade de músicos interessados. E quanto maior a concorrência, mais os artistas se qualificam. Desta forma, os festivais também contribuem para a melhoria na qualidade. Hoje, há produção musical de primeira linha no blues de BH”, avalia.
Foi justamente a dificuldade de encontrar um espaço dedicado ao estilo na cidade que o levou à parceria com o produtor Rodrigo Cunha, responsável pelo Stonehenge Rock Bar, sede do evento desde sua primeira edição. “As casas tradicionais de rock achavam que era uma música parada, sem se dar conta de que há vários ritmos dentro desse estilo. O blues tem pouca rejeição, mas também é cercado pela falta de conhecimento. Quem tem contato com o blues geralmente gosta, porque é um som agradável, que foi a base de parte da música pop do século 20 para cá. Há uma pitada no reggae, no soul, no funk americano, além de o gênero ser o pai do rock ‘n’ roll”, diz Auder.
Neste sábado (4), o BH Soul Blues Festival presta uma homenagem ao lendário John Lee Hooker (1917-2001). Além da Audergang, subirão ao palco os grupos Little Trouble, Eduardo Sanna – Harmônica Blues Band, Blues & Bones, Coyotes Boratchos. O veterano Alexandre Araújo também integra a programação.
Antes, nesta sexta (3), ele faz o show de abertura do projeto Rota do Blues, que tem como atração principal Lil’ Jimmy Reed. O norte-americano será acompanhado no palco do Underground Black Pub pelos argentinos Nico Fami e Adrian Flores e pelo mineiro Bruno Marques.