Marina Lima desembarca em BH com o show do politizado disco 'Novas famílias'

Apresentação será neste domingo (29), no Sesc Palladium, e contará com repertório que se relaciona com um momento importante do Brasil e do mundo

por Carolina Cassese* 27/07/2018 09:36

Rogério Cavalcanti/Divulgação
'Antes, muitas mulheres realmente se enxergavam como rivais. Eu achava isso nocivo e contagioso. Os homens sempre tiveram uma relação de cumplicidade. Agora, finalmente, percebemos que juntas somos mais fortes', diz a cantora e compositora. (foto: Rogério Cavalcanti/Divulgação)

Depois de shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Miami, a cantora e compositora Marina Lima apresenta a turnê Novas famílias em Belo Horizonte, neste domingo (29). “As canções selecionadas falam do país que queremos. É um show que se relaciona com um momento importante do Brasil e do mundo”, afirma a cantora.

 

Os figurinos ficaram por conta de Isadora Gallas e o cenário consiste em dois telões que projetam imagens e vídeos associados às canções. Marina diz que a turnê tem momentos teatrais e retoma o perfil de outro show seu, o Sissi na sua (seu décimo quinto álbum). Ela estará acompanhada de três músicos no show: Arthur Kunz e Leo Chermont, que formam o duo eletrônico Strobo, de Belém do Pará, e Dustan Gallas, músico piauiense.

 COXINHAS O lançamento do disco Novas famílias, em março, teve grande repercussão sobretudo por seu cunho politizado. Uma das músicas mais comentadas foi Só as coxinhas, versão do funk Só as cachorras, do Bonde do Tigrão. A cantora diz que a canção fala de “gente careta e chata, que só pensa em dinheiro”. O título do disco, diz Marina, foi pensado a partir da expansão do conceito de família. “Independentemente de uma força reacionária que tenta impedir esse progresso, diferentes formações estão sendo aceitas. Sinto que o mundo está abrigando mais as pessoas”, afirma.

Outra mudança social que Marina destaca é o fato de que, atualmente, as mulheres estão mais unidas. Ela comenta que essa transformação se reflete na cena musical. “Antes, muitas mulheres realmente se enxergavam como rivais. Eu achava isso nocivo e contagioso. Os homens sempre tiveram uma relação de cumplicidade. Agora, finalmente, percebemos que juntas somos mais fortes.”

Marina tem também projetos paralelos à música. Um deles é a peça Dois Irmãos, que ela faz em parceria com seu irmão, o poeta Antônio Cícero. O espetáculo, que já foi apresentado em Porto Alegre, tem um formato incomum. Enquanto a cantora apresenta as músicas, Cícero declama seus poemas. Ela cita também a participação, como atriz, no filme Baleia Verlust, gravado no Uruguai. “Foi a minha primeira vez no país. Percebo que, agora, estou olhando muito para o Brasil e para a América Latina. É interessante compreender que tem muitas coisas acontecendo em diferentes cantos do mundo: no Rio, em São Paulo, no Pará, no Uruguai, na França…”

Sobre Minas Gerais, ela afirma: “Minas é o Brasil. A Fernanda Montenegro já tinha tido isso: que o Rio é lindo; a Bahia, uma coisa incrível; São Paulo, uma coisa enorme; Florianópolis, linda também... Mas ela diz que, quando chega em Minas, você chega no Brasil, pois Minas é a reunião de tudo”.

NOVAS FAMÍLIAS
Show de Marina Lima. Domingo (29), às 19h. No Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. (31) 3270-8100).
Ingressos: Plateia 1 R$ 100 (inteira); R$ 50 (meia). Plateia 2 R$ 90  (inteira); R$ 45 (meia). Plateia 3  R$ 80 (inteira);  R$ 40 (meia).

 

*Estagiária sob supervisão de Silvana Arantes 

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