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“Recentemente, tive vontade de retomar esse projeto de MPB e me senti madura o suficiente para encarar o desafio. A apresentação está muito ligada às memórias de infância, mas também traz o meu processo de amadurecimento como cantora”, avalia Isabela.
O show que apresenta nesta semana será o primeiro com nova estrutura. O cenário tem estética que remete ao disco Elis, essa mulher (1979), enquanto os figurinos são inspirados no vestuário da cantora – um deles é semelhante ao usado por ela no Festival de Montreaux, também em 1979.
ELISCÓPTERO Isabela busca não imitar Elis Regina, repetindo timbres ou gestos que lhes eram característicos. A performance única, marcada pelo balançar dos braços, rendeu à diva do MPB apelidos como Hélice Regina e Eliscóptero. “Ela é uma referência de atitude nos palcos. Busco a expressividade dela, sem me preocupar em ficar parecida. Procuro remeter à interpretação, porque se eu me preocupasse em imitá-la, não levaria a minha verdade ao palco e falharia com aquilo que Elis tinha de melhor”, defende a cantora.
Ao contrário, o que Isabela quer é estar em sua integridade no palco. Também por isso, promove releituras de algumas canções, com novos arranjos e novas propostas de interpretação, conferindo ao show um tom autoral. “As adaptações são fundamentais para que os músicos se sentissem à vontade e conseguíssemos colocar a nossa verdade no palco”, diz Isabela.
Uma das canções que ganharam nova roupagem foi Arrastão, um dos primeiros sucessos da carreira de Pimentinha.
A seleção do repertório foi certamente um dos momentos mais difíceis na concepção do espetáculo. Embora um ou outro título sempre acabe ficando de fora, Isabela quis contemplar toda as fases da carreira de Elis.
“Um dos momentos que geram bastante identificação é aquele em que interpreto músicas do álbum Elis & Tom (1974), como Águas de março e Só tinha de ser com você. É quando o público mais se envolve, assim como a parte final, com Madalena, Romaria e Alô alô marciano, também repleto de emoção e catarse”, antecipa.
ECLÉTICA Nascida em Três Pontas, no Sul de Minas, Isabela Morais é conhecida na cena musical mineira por ter integrado a banda Ummagumma, que presta um tributo ao Pink Floyd. “Há um público em BH que me conhece por essa faceta roqueira. Também tive um outro projeto, o Marginália, que trazia um rock brasileiro e tropicalista. Desde muito pequena, essa pegada 'meio bossa nova e rock'n' roll' me define muito”, conta a artista.
O título De coisas que aprendi com Elis faz menção aos primeiros versos de Como nossos pais, composição de Belchior eternizada pela estrela da MPB. “Essa música vem com uma memória afetiva muito forte, porque foi a primeira que cantei dela, ainda na adolescência”, recorda Isabela. Há uma referência, ainda, à formação da mineira como artista.
Ela ressalta a força da voz de Elis, usada também para questionar costumes e a política de sua época. “Algumas canções eu não abri mão de colocar no show, como Mestre sala dos mares, que é uma das mais fortes ao retratar as contradições do país. Além da interpretação magistral, ela se tornou referência por estar no palco e por dizer coisas, uma lição não só para mim, mas para todos os artistas”, define Isabela Morais.
DE COISAS QUE APRENDI COM ELIS
Com Isabela Morais. Sexta-feira (20/7), às 21h. Grande Teatro do Cine Theatro Brasil Vallourec, Praça Sete, Centro. (31) 3201-5211. R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).