Já são 33 anos desde que o 13 de julho foi instituído como o Dia Mundial do Rock – data escolhida, vale dizer, por causa do Live Aid, o histórico evento beneficente em prol da Etiópia criado por Bob Geldof. Neste 2018, o dia caiu precisamente em uma sexta-feira, 13. Para quem é ligado em simbologias, a hora é de vestir a camisa preta e escolher como comemorar.
BH, como em todos os anos, abrigará uma série de shows, que se estendem até sábado (14). Ruas, teatros, bares e casas noturnas recebem bandas, boa parte delas cover. Mas dois eventos são inéditos na cidade. Na noite de sexta, Dado Villa-Lobos se reúne no Sesc Palladium com a Orquestra de Câmara Opus para executar, em formato sinfônico, o repertório da Legião Urbana. E no sábado, o Bud Basement, projeto criado para a Copa do Mundo da Rússia, leva para a Floresta uma série de bandas. Principal atração do evento criado pelo Circuito do Rock, o Tianastácia encerra a programação.
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Já se apresentaram com a Opus Guilherme Arantes, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Daniela Mercury e Nando Reis, entre outros. “Quando começamos a fazer esses convites, nossa proposta era democratizar a música de concerto. Pois encontros como esses podem criar a oportunidade de uma pessoa ter seu primeiro contato com a sonoridade de uma orquestra”, comenta o maestro Leonardo Cunha.
Assim que ele viu que a data coincidiria com o Dia Mundial do Rock, não pensou duas vezes antes de convidar Villa-Lobos para o projeto. “Achei a ideia incrível, pois esse lance sinfônico é muito atrativo. Além de ser um desafio, dá uma cara nova para a canção. Algo mais classudo”, comenta Villa-Lobos.
O repertório do concerto terá 18 músicas – boa parte dos maiores sucessos da banda. Como as canções da Legião são simples, com poucos acordes, o maestro, também responsável pelos arranjos, afirma que colocou “um pouquinho de dissonância” nos temas. “Mesmo uma música simples ganha uma sonoridade mais grandiosa com uma orquestra.”
Os fãs podem esperar versões de Ainda é cedo, Pais e filhos, Há tempos, Tempo perdido, Será, Eu sei e Quase sem querer. “Meu filtro na escolha do repertório foi escolher músicas que costumo cantar. Eu tinha que estar em uma zona de conforto”, diz o guitarrista. Além das músicas da Legião, haverá duas canções da carreira solo de Villa-Lobos. 7 a 1, de seu novo álbum, Exit, é uma delas. A letra não aborda especificamente o futebol e a traumática derrota do Brasil para a Alemanha no Mineirão – o tema fala mais sobre a situação atual do país. “Mas como a data tem a ver com Minas Gerais, achei bem emblemático”, comenta ele, que retorna à cidade em 18 de agosto para fazer o show de Exit no Cine-Theatro Brasil Vallourec.
Dado Villa-Lobos ficará o tempo todo no palco. Ficou em dúvida se tocaria violão, em vez da guitarra, mas optou pelo instrumento elétrico para “dar um choque” na apresentação. Só não estará presente na abertura, já que a orquestra vai passear por alguns temas da Legião arranjados “como se fosse uma fantasia”, diz Leonardo Cunha.
VOLTA AO COMEÇO – O guitarrista Antônio Júlio Nastácia afirma que sua banda vem tocando em todo 13 de julho. “Nos últimos 20 anos, a gente toca no Dia Mundial do Rock seja em BH ou em outras cidades.” Com 23 anos de carreira e 11 discos, o Tianastácia faz neste sábado, no Bud Basement, show com todos os hits, além de canções de seu mais recente álbum, Escorrega 1 cai 5 (2017).
Hoje um quinteto, a banda acabou de regravar seu álbum de estreia, Acebolado (1996). O disco, um dos mais importantes da cena pop rock belo-horizontina da década de 1990, foi gravado com o primeiro vocalista do grupo, André Miglio.
Como é o único trabalho da discografia da banda que não tem os vocalistas Maurinho e Podé Nastácia, a banda resolveu fazer um novo registro – hoje a formação se completa com o baixista Beto (irmão de Antônio Júlio e membro fundador do grupo) e o baterista Alexandre Vermelho.
O novo Acebolado, que deverá ser lançado em agosto, tem as mesmas 15 músicas do disco original. “A ideia era preservar, mas os arranjos mudam naturalmente, ainda mais porque agora só tem uma guitarra. Mas a essência do disco está ali. A qualidade de gravação é que é outra, pois o nível de captação de som é muito melhor”, afirma Antônio Júlio. O grupo ensaiou por dois meses para poder gravar o disco ao vivo no estúdio.
Nos shows do Tia, pelo menos duas canções de Acebolado se mantêm no repertório. Cabrobró, o maior sucesso da banda, e Sculacho. O blues Lama, também dos primórdios do grupo, ainda é muito pedido nos shows. “Foi muito legal relembrar as músicas, que são de uma época em que a gente não estava nem aí para nada. Era o rock pelo rock”, diz Antônio Júlio. Nada melhor para comemorar neste 13 de julho.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
ORQUESTRA DE CÂMARA OPUS CONVIDA DADO VILLA-LOBOS
Sexta-feira (13), às 21h, no Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: De R$ 35 a R$ 110. À venda na bilheteria e no www.ingressorapido.com.br
DIA MUNDIAL DO ROCK – CIRCUITO DO ROCK
Shows de Tianastácia, Velotrol, Lurex, Poiso Gas, Singles e Ca$h. Sábado (14), a partir das 17h, no Bud Basement, Rua Itambé, 20, Floresta. Ingressos: a partir de R$ 30 no www.sympla.com.br
Nos bares
» Amsterdam Pub
Rua Major Lopes, 719, São Pedro, (31) 3262-0688.
Sexta-feira (13), a partir das 22h, shows com Legião V, Engenheiros do Uai e Balão Vermelho. R$ 20.
Sábado (14), a partir das 22h, shows com Singles, Metallica e Foo Fighters Cover. R$ 20.
»Gilboa
Rua Pium-í, 772, Anchieta, (31) 3646-2433.
Sexta-feira (13), a partir das 20h, show com U2 Cover. A partir de R$ 15.
» Stonehenge Rock Bar
Rua Tupis, 1.448, Barro Preto, (31) 3271-3476.
Sexta-feira (13), a partir das 22h, shows com The Doors Cover e Janis Collection. R$ 20.
Sábado (14), a partir das 22h, shows com Os Leviatãs, Simple Floyd e Honky Tonk. R$ 20.