O violeiro e pesquisador Pereira da Viola estreia o show Brasil bonito, nesta quinta-feira (12), n’A Autêntica. O músico se aproxima de artistas como Bonga, de Angola, e Sona Jobarteh, de Gâmbia, sem perder o diálogo musical com mestres mineiros, como Zé Coco do Riachão e Valdão.
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Em Brasil bonito, Pereira aposta na diversidade nacional. Como uma de suas características artísticas, ele traz para as composições as origens indígenas e africanas do povo brasileiro. “Aposto nos aspectos que compõem nossa identidade cultural, artística e gastronômica. Tudo isso é muito bonito”, diz.
Pereira destaca o jeito brasileiro de tocar viola, bem diferente da maneira de Portugal, de onde o instrumento veio. “Sempre imagino a entrada da viola no Brasil via Porto Seguro. O primeiro encontro com os índios e, depois, o diálogo com a cultura afro. Foi esse diálogo que criou o caldo que dá para a viola brasileira uma forma peculiar.”
Embora tenha foco nessas identidades do país, Pereira busca referências nos artistas africanos. “Entrei em contato com a obra de Sona e Bonga no segundo semestre do ano passado. Então, começamos a compor influenciados por eles.” Pereira se identificou com a parte rítmica do trabalho de Sona. “Ela tem uma história muito bacana. Foi a primeira mulher a tocar cora em todo o continente africano. Aprendeu às escondidas dos pais”, conta. Pereira identifica relação sonora entre a cora, instrumento de 21 cordas, e a viola, com 10 cordas.
Trata-se do novo trabalho que Pereira lança em 2018. No início do ano, apresentou Novos caminhos, trabalho focado em voz e violão. Desta vez, sobe ao palco com a banda formada pelo baixista Pedro Gomes, Paulo Fróis (bateria), Augusto Cordeiro (guitarra e cavaquinho), Dito Rodrigues (violão e vocais), Débora Costa (percussão) e Lucas de Moro (piano). Os arranjos e direção musical são de Pedro Gomes.
BRASIL BONITO
Com Pereira da Viola. Hoje, às 22h, A Autêntica (Rua Alagoas, 1.172, Savassi. Ingresso: R$ 25 (antecipado) e R$ 30 (portaria). Informações: goo.gl/SB2ddG.