“Sou, sou tricolor/Tenho Libertadores/Não alugo estádio/Sou hexa brasileiro/Nunca fui rebaixado”, manda a torcida do São Paulo. “Nós somos Cruzeiro/Tricampeão Brasileiro/Nada mais interessa/Nós somos a festa”, entoa a massa cruzeirense. “Nós queremos respeito/E comprometimento/Isso aqui não é o Vasco/Isso aqui é Flamengo”, provoca o torcedor rubro-negro.
Os versos mudam, mas a base é a mesma: Seven nation army, do The White Stripes. Já com 15 anos neste 2018, é a canção mais ouvida na Copa do Mundo da Rússia – executada em todas as partidas, nas entradas dos times em campo, virou o hino do Mundial. Não é novidade em uma Copa, já que os italianos a rebatizaram de The po po po po song quando se tornaram os melhores do mundo na Alemanha, em 2006.
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Lançada em 2003 no álbum Elephant, virou, à época, um hit indie – a presença de Jack e Meg White no TIM Festival daquele ano, no Rio de Janeiro, foi a mais festejada do evento. Ele, grande guitarrista, ela, baterista medíocre, eram apresentados como marido e mulher na época – havia quem dissesse que eram irmãos, outros apenas jogada de marketing. Independentemente de qualquer coisa, o apelo da batida e do riff pegajoso fez a fama do duo, que se desfez em fevereiro de 2011. O riff, por sinal, foi criado durante uma passagem de som para um show em Melbourne, na Austrália.
Em entrevista a Conan O’Brien em 2014, White afirmou: “Não sei por que eles acham que isso me incomoda (a recorrente execução da música em estádios). Como compositor, essa é a melhor coisa que poderia acontecer. Faz com que a música se torne folclórica.”
Bem, a gênese de Seven nation army dá pano para manga. Quando criança, White pronunciava “seven nation army” quando se referia ao Salvation Army (Exército da Salvação). Ele deu esse título à canção muito antes de criar a letra – colocou o nome, que não tinha qualquer significado, só para poder identificar a música. “Não quero ouvir sobre isso/Cada um tem uma história para contar”, são alguns dos versos da canção, que fala sobre as pressões da fama.
Para além do futebol, há outros campos de batalha do “Exército das sete nações”. Em 2011, durante a Primavera Árabe, a música esteve ligada às manifestações pró-democracia no Egito.