Para quem acompanha o projeto Sinfônica Pop há sete anos, não há dúvida de que as apresentações do grupo Cobra Coral com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sábado (12) e domingo (13) no Palácio das Artes, foram das mais belas do projeto. A plateia ficou emocionada com o repertório dividido entre composições do grupo, mas sobretudo por ser o primeiro encontro de Kadu Vianna, Mariana Nunes e Pedro Morais depois da morte de Flávio Henrique, fundador do Cobra Coral, que morreu em janeiro passado, vítima de febre amarela.
“É uma emoção indescritível estarmos aqui, ao lado dessa orquestra mágica e, pela primeira vez, sem a presença física do Flávio (Henrique)”, comentou Mariana Nunes, logo no início do show de sábado. “O Cobra Coral tem um corpo físico e uma alma. A alma é imortal, e Flávio vai compor eternamente com a gente. Temos um sentimento de gratidão por essa trajetória junto com ele. Nosso muitíssimo obrigado, Flávio”, disse, sob aplausos da plateia. As 15 canções do roteiro – incluindo Luz do sol/Lindeza, O quereres, e Força estranha, de Caetano Veloso, e, Encontros e despedidas, de Milton Nascimento e Fernando Brant – ganharam arranjos de Túlio Mourão, Fred Natalino e Marcelo Ramos. A orquestra foi regida pelo maestro Sérgio Gomes.
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Pedro Morais, o mais emocionado entre eles, disse que o grupo estava honrado por estar ali, mas a emoção pela ausência do amigo era grande. “É uma saudade enorme”. Pedro elogiou Flávio Henrique, classificando o músico como um compositor generoso. “Era um dos caras mais promíscuos (no melhor sentido da palavra) da música mineira, compondo com várias gerações. O Flávio é muito, muito importante, porque ajudou isso tudo acontecer.” Kadu, Mariana e Pedro saíram ovacionados pelo público e, nas coxias, receberam o carinho de Cris, viúva de Flávio Henrique, e Cecília, filha do primeiro casamento do compositor.