Com uma crítica social ferrenha e bastante explícita, o clipe da música This is America, do projeto musical Childish Gambino, de Donald Glover, bombou nas redes sociais desde seu lançamento, no último fim de semana. Uma série de internautas e veículos especializados do mundo todo tentaram desmantelar a produção para entender todas as referências que ela evoca, no entanto, nenhum deles imaginou que o video poderia ter usado como base um filme brasileiro.
Segundo o grande colaborador de Glover, o diretor Hiro Murai, a produção teve como forte influência o filme Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles e Kátia Lund. ''Foi a ideia de fazer um vídeo dançante que se passasse nos últimos vinte minutos do filme Mother! (2017) ou no mundo de Cidade de Deus'', afirmou, em entrevista ao site IndieWire.
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Outra referência é o filme Mother!, de Darren Aronofsky. Nos minutos finais do longa, são exibidas uma série de cenas ensaiadas exaustivamente que mostram o caos da personagem principal, interpretada por Jennifer Lawrence.
''Trabalhamos em videoclipes antes de fazermos a série Atlanta e sempre foi um processo fluido e intuitivo. Donald pegou mais a direção criativa no conceito inicial do vídeo, porque sabia qual música seria. Mas o processo criativo foi como brincar de batata quente, inclusive na hora da gravação'', afirmou o diretor.
''No fim, foi sobre colocar todas as peças no enquadramento e decidir como enfatizar o que queríamos que tivesse destaque. Queríamos dar algo para os espectadores dirigirem e debaterem'', adicionou.
Murai também assina alguns episódios da série Atlanta, estrelada por Donald Glover e disponível para streaming na Netflix.
This is America foi lançado logo após a participação de Glover no humorístico Saturday Night Live, que foi ao ar na madrugada do último domingo (6). A produção carrega uma série de referências ao movimento Black Lives Matter, aos protestos de Charlottesvile, a tiroteios terroristas, abusos policiais e a movimentos em prol dos direitos civis.
O vídeo começa com Glover dançando. De repente, ele atira à queima roupa em um sujeito que toca violão sentado em uma cadeira, com um capuz. O clipe ainda traz cenas com carros das décadas de 1980 e 1990, além da reprodução de cenas que mesclam pânico, sensualidade e violência. Atualmente, a produção já acumula mais de 76 milhões de visualizações.
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