Para este 2018, Toninho Horta planeja o lançamento de um disco que homenageia BH, a gravação de um novo álbum e uma turnê pela Europa. Em meio a tantos projetos engatilhados, ele faz pausa nesta segunda-feira (30) para participar de um evento que celebra o Dia Internacional do Jazz no Bar do Museu Clube da Esquina, com entrada franca ao público.
Na opinião de Toninho, o fato de Minas Gerais ter se tornado um celeiro de bons artistas e grandes festivais de jazz tem a ver com o passado cultural do estado. Ele cita como exemplos instrumentistas de sucesso na década de 1960, como Ataulfo Alves e Ary Barroso. E, antes disso, a influência das big bands norte-americanas, que davam o tom dos bailes nos anos 1950. “Tudo isso configurou uma herança muito grande à geração dos anos 1970, que trouxe o Clube da Esquina. Misturávamos várias vertentes, desde o jazz ao rock progressivo. Muito do sucesso da música mineira pelo mundo e da persistência com as novas gerações vem daquela época”, avalia o músico.
Após o período ao lado de Bituca e cia.,Toninho criou, na década de 1980, o Seminário Brasileiro de Música Instrumental, realizado pela primeira vez em Ouro Preto, que contribuiu para solidificar a cena da música instrumental mineira. Desde essa época, ele mantém vivo o anseio de fomentar a produção de músicos conterrâneos.
Em sintonia com esse objetivo, o evento desta noite terá início com bate-papo, mediado pela jornalista Malluh Praxedes.
IMPROVISO Estarão presentes os veteranos Chico Amaral, Celso Moreira, André “Limão” Queiroz, Enéas Xavier, Beto Lopes e Clóvis Aguiar, entre outros convidados. Ao fim da conversa, todos os artistas – os profissionais e os aspirantes que demonstrarem interesse – poderão subir ao palco e “dar uma canja”. Também haverá lançamento e sorteio de CDs e DVDs. Além de amantes do jazz, o músico estende o convite a todos os profissionais de música instrumental, como o choro, tão forte no estado.
“Nossa intenção é promover a confraternização de diferentes gerações da música instrumental mineira. Depois, poderemos dar prosseguimento às discussões por meio da realização periódica de seminários e workshops que poderão se desdobrar em outras ideais efetivas”, afirma.
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Toninho Horta entende que a nova geração de músicos mineiros é responsável pela renovação do público que aprecia o gênero nascido no início do século 19. “Estão surgindo muitos novos artistas, mas, para que isso não se perca, é sempre necessária a orientação artística, seja por parte dos pais, da escola ou dos amigos.
O experiente guitarrista está à frente do Instituto Maestro João Horta, que pretende auxiliar na fundação da Orquestra Municipal de Belo Horizonte – projeto ainda em fase de acertos com a Secretaria de Cultura. Os planos não param por aí: no mês que vem, o instituto promove as gravações de um programa de rádio em parceria com a Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) sobre música instrumental brasileira. O conteúdo deverá ser enviado para cerca de 400 emissoras do estado.
Em breve, Toninho partirá para Nova York, onde finaliza o álbum Standards and stories, que marca o seu retorno ao mercado fonográfico. No projeto, ele canta e toca clássicos do jazz norte-americano, como Smile, I love you e My romance. O disco deve ser lançado no fim do ano.
Em junho, chega ao público sua homenagem à capital mineira em CD duplo. Em uma espécie de songbook, Toninho traça um histórico de 50 anos de carreira e conta, nas canções, com a participação de João Bosco, Joyce Moreno e Lisa Ono. Belo, o primeiro disco, reúne letras de Toninho que fizeram sucesso, como Beijo partido e Céu de Brasília – esta composta em parceria com Fernando Brant. O segundo disco, intitulado Horizonte, traz músicas inéditas instrumentais inspiradas por suas vivências em BH..