O Brasil entrou na vida da angolana Teca Miguel Garcia, a Titica, quando ela era uma criança. Seja através da música - caminho pelo qual ela acabou seguindo - e, principalmente, pelas novelas. Mulheres de areia, Tieta, O bem amado, Roque Santeiro, Xica da Silva e, claro, as mais recentes como O outro lado do paraíso e Deus salve o rei. "Em Angola as novelas atuais do Brasil chegam com apenas um capítulo de atraso. Sou bem noveleira", frisa.
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Um dos ritmos que ela ajudou a popularizar não só na África, mas também por aqui foi o kuduro, gênero musical originário de Angola, que foi influenciado por outros estilos como sungura e rap. "Acho que ele tem muito a ver com o funk do Brasil. A mesma energia. Tem um casamento perfeito", revela. Acompanhada por seus bailarinos, a cantora promete animar e fazer o público dançar ao som de seus grandes sucessos como Pra que julgar, Reza madame, Procura o brinco, Me beija só na boca, Olha o boneco, Mãe e entre outros já conhecidos pelos fãs brasileiros.
"Angola e Brasil são muito parecidos e não só por causa do idioma. Eu venho aqui há mais de dez anos e sempre sou muito bem recebida. Se bobear, tenho mais amigos brasileiros do que angolanos. Já até aprendi a falar brasileiro", brinca. Por falar no nosso jeito de falar, Titica se diverte com uma expressão tão popular por aqui, titica de galinha. "Já me falaram sobre isso e o que siginifica. Mas meu nome se pronuncia com o som do T de telhado. Ti Ti ca. É diferente", comenta.
Querida pelas crianças de seu país, ela lembra que conseguiu alcançar boa parte de seu público através dos pequenos. "São meus anjos. Consegui entrar na casa das pessoas através delas, por isso tenho muito cuidado com minhas músicas", ressalta. Apesar de já ter uma longa trajetória nas artes, Titica começou a ser chamada recentemente de Pabllo Vittar de Angola. A comparação não a incomoda e a artista conta que até se tornou amiga da drag. "Admiro o trabalho dele, é um excelente cantor, e, principalmente, é muito humilde, humano. E é representante do universo LGBT, o que é super importante", frisa.
Divina Maravilhosa + BATEKOO Music Hall (Av. do Contorno, 3.239, Santa Efigênia)
Sexta, 20 de abril, a partir das 22h
Preços: R$15 (1º lote)/ R$20 (2º lote)/ R$30 (3º lote)/ R$35 (Na hora /portaria)