

Há algum tempo, Supla não se limita à função de cantor e compositor. Empresário, assessor de imprensa... O artista assumiu com seriedade o papel de gerenciar todas as áreas do seu trabalho. Agora, no novo álbum Illegal, ele dá ainda mais mostras de como pode ser versátil: canta em inglês, português, espanhol; passeia nas letras por temas que vão da política à reflexão sobre os tempos digitais e ao amor; e vai do punk rock à new wave.
“Meu som hoje é uma mistura. Seria música do Supla, tem new wave, punk, punk pop, hardcore, metal, balada com menções à música da Polinésia, música eletrônica”, descreve Supla. “E essa mistura vem da necessidade de pensar em música, de pesquisar, de trabalhar”, completa.
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Já na faixa de abertura (que leva o mesmo nome do disco), Supla aborda um tema dos nossos tempos: a questão da imigração. Em Illegal, ele mistura línguas para mostrar que é preciso valorizar e ter compaixão por quem busca uma nova vida em outros países. No vídeo produzido para a faixa, ele quebra muros em referência clara às políticas contra imigração do atual presidente norte-americano, Donald Trump.
“Acho que falta compaixão, não me importam partidos, os lados, mas falta humanidade nessa questão”, acredita. “Eu quis mostrar na música todos os imigrantes trabalhando de uma forma justa, contribuindo para a sociedade. Por isso tem uma japonesa, uma pessoa da Síria, outra da Bolívia e canto em três línguas, sem fronteiras”, observa.
Internacional
Illegal ganhou duas versões, uma em português e outra em inglês (até porque Supla tem uma carreira também no exterior). Ao todo, são 16 canções em cada uma, mais uma faixa-bônus (uma releitura de Imagine, de John Lennon). “É um trabalho difícil, acho que nunca vi isso no Brasil, lançando em inglês e português as mesmas canções”, avalia.
Transpor as músicas para outra língua é um trabalho complexo e demorado, conta Supla. “Às vezes, a mixagem vem diferente porque o som da palavra em inglês e português é diferente. É estranho isso, mas aconteceu várias vezes e foi preciso mudar timbre de algum instrumento. Não é só cantar de novo”, comenta. O trabalho, no entanto, foi recompensador, garante. “Eu fiquei bem contente com o resultado.”
Serviço
Supla
Abertura: Evil Matchers, Ramonesmania (Cover de Ramones) e Zombies Terminators (Cover de Misfits)
Sábado, 14/4 , às 21h, no Stonhenge Rock Bar (Rua dos Tupis, 1448, Barro Preto)
Ingressos: R$25 antecipado no site Sympla e R$30 na bilheteria do local