''Outro perda causada pelo sucesso''. Essas foram as palavras ditas pela então âncora do canal norte-americano de televisão ABC, Diane Sawyer, no dia 5 de abril de 1994, quando anunciava a morte de Kurt Cobain, aos 27 anos.
Lutando contra o vício em heroína e diagnosticado com transtorno bipolar, o músico tirou a própria vida naquele ano, quando estava no auge da carreira com a banda de grunge Nirvana e era considerado por muitos a personificação da juventude noventista da ''Geração X''.
Com cinco álbuns, ''Bleach'' (1989), ''Nevermind'' (1991), ''Intesticide'' (1992), ''In Utero'' (1993) e o acústico MTV da banda, lançado postumamente em novembro de 1994, o Nirvana figurava na década de 1990 como o grande expoente do grunge - estilo musical marcado por guitarras distorcidas, letras depressivas e uma estética que misturava o punk e o heavy metal.
Vida e obra
Kurt Donald Cobain, filho de uma garçonete e de um mecânico de carros, nasceu no 20 de fevereiro de 1967, em Abersdeen, no estado norte-americano de Washington.
Criado por pais de classe média, que o descreviam como ''uma criança criativa'', Kurt Cobain começou a cantar e tocar piano aos quatro anos de idade, mas somente aos 14 anos ganhou a primeira guitarra.
Apaixonado desde cedo pela contracultura, pelo movimento Punk e pela cena 'underground', o músico conheceu no ensino médio o baixista Krist Novoselic. Mais tarde, os dois formariam a banda “Fecal Matter” e, posteriormente, o Nirvana.
A banda alcançou o sucesso absoluto com o álbum ''Nevermind'', em 1992, quando já contava com Dave Grohl na bateria e figurava no topo das paradas musicais. Kurt Cobain se transformava em celebridade aos 25 anos de idade.
Vício em heroína
Cobain era usuário de drogas desde a adolescência, quando usava periodicamente maconha, álcool e cigarro. A heroína, droga derivada do ópio, entrou na vida no cantor em 1986 quando um traficante de Tacoma ofereceu a ele a primeira dose.
Até o final de 1990, esporadicamente, o músico usava a heroína , quando o uso tornou-se um vício. A droga começou a afetar a carreira do músico nas primeiras turnês do álbum Nevermind - quando por diversas vezes ele não conseguia cumprir com as demandas das apresentações ou entrevistas
Morte
No início de março de 1994, um mês antes de tirar a própria vida, Kurt Cobain teve uma overdose autoinduzida por medicamentos misturados com álcool quando passava férias em Roma, na Itália.
No dia 18 do mesmo mês, a mulher dele, Courtney Love, telefonou para a polícia informando que Cobain tinha pensamentos suicidas e que havia se trancado em um quarto com uma arma.
Mais tarde, no mesmo dia, a polícia de Roma entrou no quarto de hotel onde o músico se encontrava e confiscou diversas armas, remédios e garrafas de bebida alcoólica.
Em uma sala separada acima da garagem da casa de Kurt Cobain em Seattle, o corpo dele foi achado no dia 8 de abril de 1994. Foram encontradas, também, uma espingarda e uma carta.
O atestado de óbito do cantor apontou que ele havia suicidado com um tiro na cabeça afirmou que a morte ocorrera três dias antes, no dia 5 de abril.
Clube dos 27
Uma das lendas mais fortes no imaginário dos fãs de rock'n’'oll é a de que grandes artistas, por alguma razão, morrem aos 27 anos - frequentemente, os seletos músicos do 'clube' são associados ao uso excessivo de álcool e drogas e a mortes violentas, suicídios e irreverência.
Foi o caso de Kurt Cobain, que passou a integrar o grupo composto por Brian Jones, membro fundador da banda inglesa Rolling Stones, o lendário guitarrista Jimi Hendrix, a cantora Janis Joplin, o músico Jim Morrison e a compositora Amy Winehouse.
Além dos membros mais 'notórios' do clube dos 27, há ainda ao menos outros 48 músicos famosos que também morreram aos 27 anos, como o blueseiro Robert Johnson e o baixista da banda Hole, Kristen Pfaff.
Memória
A figura de Kurt Cobain, 24 depois, ainda se mantém viva e agrega fãs de gerações posteriores a morte dele. Até a publicação desta matéria, o nome do cantor figura entre os 10 assuntos mais comentados no Twitter mundial.
Confira algumas homenagens:
"Preciso passar um tempo adormecido para voltar a ter o entusiasmo de uma criança"
I will miss Kurt Cobain even if I didn't know him. He was a great performer, a rocking leader and a feminist man by himself. These are reasons why I admire him. #ThursdayThoughtspic.twitter.com/Nxdcm2stta
— Teenager Writer %uD83D%uDCDA%uD83D%uDD0E%uD83D%uDE46 (@scepticalcritic) 5 de abril de 2018
I was 10 years old and dying my hair for the first time as an angst ridden youth when the TV changed and told us an icon of our generation died. Still feels surreal today. Like watching the WTC towers fall. A moment I won't forget. Get help if you need it. RIP Kurt Cobain. pic.twitter.com/ATIn6ANhdb