Escolher a obscura Wash My Love, do disco Ten (1991), o primeiro é uma forma de o Pearl Jam atestar novamente: podemos tocar qualquer coisa do nosso imenso catálogo. Logo em seguida vêm os hits incortonaveis dos 27 anos de carreira, mas a afirmação continua forte. Outras bandas dessa idade e desse tamanho raramente se permitem variedades tão diversas.
Na metade do show da banda no Lollapalooza, que encerrou o segundo dia de festival, Eddie Vedder chama a atenção para os protestos pró-regulamentação das armas dos EUA. "Estou muito orgulhoso, porque isso precisa parar", disse, se referindo aos ataques nas escolas. Can’t Deny é a música que ele dedica aos jovens nas ruas de seu país.
"É uma benção estar aqui com essa galera incrível hoje", diz em outro momento. "São tantas bandas legais. Obrigado Perry Farrell por ter inventado o Lollapalooza. Vocês estão na TV! Então vamos todos acenar para as nossas famílias", continua, em um português papal. E aí o Pearl Jam toca uma música chamada Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town, e ninguém consegue reclamar.
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Logo depois, no clássico Jeremy, também daquele primeiro disco, Vedder desce ao fosso e encontra aqueles fãs que ficaram ali por tempo demais esperando esse exato momento.
Não há muito o que falar do Pearl Jam além de tudo que já foi falado sobre a banda formada em Seattle quando muitos de seus fãs nem eram nascidos. São momentos: quando eles dedicam Better Man à luta contra o desmatamento na Amazônia, quando deixam a galera cantar o refrão de Black em uníssono, quando Mike McCready se estica nos solos.
"Vocês fizeram do Brasil a capital mundial do rock and roll", disse, ainda, numa afirmação aberta para debates. O que sabemos é que eles ainda tocariam alguns clássicos para acabar a noite - a segunda, e penúltima, do Lollapalooza Brasil 2018.
Ao final, com garrafa e copos plásticos na mão, Vedder serviu e distribuiu vinho para quem estava na grade.