A história dela foi parar em livros, palcos e até em minissérie da Globo. Curiosamente, em 2017, ano de seu centenário de nascimento, aquela que é considerada por muitos a maior cantora do Brasil foi pouco lembrada. “Dalva de Oliveira é uma das artistas mais completas que este país já viu, uma intérprete fabulosa. Infelizmente, não tivemos muitos eventos para celebrá-la”, lamenta o produtor musical e jornalista Thiago Marques Luiz. Partiu dele e do pesquisador e crítico Ricardo Cravo Albin uma das raras homenagens à “Estrela Dalva”.
De julho a agosto do ano passado, 32 artistas de várias gerações e estilos se reuniram no espetáculo Dalva de Oliveira – 100 anos. Foram duas noites: em São Paulo, no Teatro J. Safra, e no Rio de Janeiro, no Imperator. Angela Maria, Claudette Soares, Alaíde Costa e Leny Andrade – cantoras que conviveram com Dalva – subiram ao palco, além de representantes da nova cena da MPB: Filipe Catto, Julia Vargas, Ayrton Montarroyos, Xênia França, Assussena e Raquel Virgínia – as duas últimas integrantes da banda As Bahias e a Cozinha Mineira.
“A ideia era justamente fazer o encontro de gerações, reunindo diversos estilos e influências.
Maio
As duas apresentações em homenagem a Dalva, mãe do saudoso cantor Pery Ribeiro, resultaram no CD duplo gravado ao vivo lançado pela Biscoito Fino. “A festa não acabou. Vamos fazer um show de lançamento em maio, no Rio, e mais para a frente em São Paulo. Esse trabalho mostra toda a força da Dalva, pois traz o repertório imortalizado por ela – Segredo, Calúnia, Bandeira branca, Zum zum e Ave Maria no morro. Além isso, tem o lado B, as canções não tão conhecidas”, revela.
Uma das faixas do CD é Mentira de amor, a última gravação da cantora Célia, que morreu em setembro do ano passado. O álbum, aliás, foi dedicado a ela. “O mais bacana é que praticamente todas essas composições foram feitas para a Dalva e lançadas por ela. Dalva de Oliveira se tornou um mito porque era cantora única, com uma potência vocal de impressionar.
Thiago Marques Luiz, de 38 anos, conta que a curiosidade a respeito da música brasileira o acompanha desde a infância. “Guardava o dinheiro que meus pais davam para o lanche e comprava LPs dos cantores. Formei-me em jornalismo e acabei trabalhando com produção musical. Há uns 10 anos faço projetos celebrando os grandes nomes da MPB. No que depender mim, essas figuras, fundamentais para a nossa história e a nossa cultura, serão sempre lembradas”, conclui.
Casa de Dalva
Neste domingo, os mineiros Thelmo Lins e Wagner Cosse vão homenagear Dalva de Oliveira. Às 18h, a dupla apresenta o show Casa de Dalva no Teatro Santo Agostinho. O repertório reúne os clássicos Máscara negra, Errei, sim e Bandeira branca, entre outros. Thelmo e Wagner estarão acompanhados por Rogério Delayon (cordas e arranjos) e Tatá Sympa (teclado e acordeom).
DALVA DE OLIVEIRA: 100 ANOS
Vários artistas
32 faixas
Biscoito Fino
Preço sugerido: R$ 50
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