Ao longo de duas décadas de trajetória, a Banda Eddie acumulou experiência suficiente para saber aonde quer chegar. Às vezes, porém, faz questão de fechar os olhos e se perder no caminho com a esperança de esbarrar acidentalmente em novas ideias. Quem acredita nisso é o vocalista Fábio Trummer, que se abriu à possibilidade de absorver todo o aprendizado possível no processo de produção de Mundo engano, sétimo álbum do grupo pernambucano.
Disponibilizado nas plataformas digitais desde segunda-feira (26), o disco é resultado de 14 meses de trabalho em estúdio sob o comando do produtor Pupillo, baterista do grupo Nação Zumbi, ícone do manguebeat. De propósito, o tempo e o custo de produção foram significativamente superiores aos do trabalho anterior, Morte e vida (2015).
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O esmero de Mundo engano incluiu até preparação fonoaudiológica de Trummer. “Numa carreira longa, você precisa sempre aprender a evoluir. Foi um trabalho muito bacana e estou percebendo o resultado disso pelos comentários das pessoas. Talvez a gente tenha conseguido uma voz mais clara para a emoção, e não necessariamente só para o verbo”, diz.
Apesar do conceito de “esbarrar em novas ideias”, na qual Trummer acredita, a sonoridade de Mundo engano reforça a identidade da banda. “Conseguimos colocar ali os ritmos que a gente frequenta. As festas diferentes, as pistas de dança diferentes. Uma coisa ‘muito Eddie’ que fizemos é falar sério nas letras, mas sem deixar a leveza nas músicas mais dançantes. Mesmo as faixas com temas mais existenciais não são ‘cabeçudas’. Também mantivemos a veia de levantar algumas bandeiras, como a defesa do meio ambiente”, enumera Fábio Trummer.
O mar é elemento recorrente nas letras das faixas A correnteza, O samba surf, O mar apaga e O mar lá fora. A associação imediata com o litoral pernambucano foi inevitável, mas Fábio afirma que não foi essa a intenção. “Estamos falando de praias universais. Até mesmo a praia nórdica que visitamos durante uma turnê. Contudo, é legal que as pessoas leiam assim, pois estão vendo o regional no universal. Eddie toca muito em Olinda, mas também costuma se apresentar fora do país”, comenta o vocalista.
Assuntos políticos ficaram de fora para manter a tão citada “leveza do ser”. Nas 10 faixas, a banda – composta também por Alexandre Urêa (percussão e voz), Andret Oliveira (trompetes, teclados e samplers), Rob Meira (baixo) e Kiko Meira (bateria) – contou com as participações especiais de Jorge du Peixe (Nação Zumbi, em Brooklin), Tiné (backing vocal), Frederica Bourgeois (flauta) e Everson Pessoa (violão de sete cordas).
Abaixo, confira o single A correnteza:
MUNDO ENGANO
De Banda Eddie
10 faixas
Disponível nas plataformas digitais