Com um público bastante jovem, o evento levou para a Pampulha, desde o início da tarde deste sábado nomes como Maneva, 1Kilo, Anavitória e Mayer Hawthorne. As atrações de mais peso ficaram para a noite.

Se o tempo (ou término?) d'O Rappa não houvesse sido anunciado pela própria banda, um desavisado poderia não saber disto ao ver o show da banda.

O verborrágico Marcelo Falcão não fez qualquer menção durante os 90 minutos da apresentação sobre a separação próxima. Mas os sinais estavam presentes.

Como banda, O Rappa é, além de Falcão, Xandão (guitarra), Marcelo Lobato (teclados) e Lauro Farias (baixo). No palco, além dos quatro, há três músicos fixos.

Pois ao longo do show Falcão não falou, sequer se aproximou, de nenhum dos três outros integrantes.

Para o público, isso pareceu não fazer qualquer diferença. Misturando músicas de todas as fases dos 25 anos do grupo, a banda fez a plateia explodir com Pescador de ilusões, Me deixa, Lado B lado A, A cera, entre outras.

Fãs jovens e veteranos lotaram o palco Norte do Planeta Brasil. No gargarejo destacava-se o casal Ticiana Spinelli e Francis Couto, que empunham um banner com uma foto deles e da filha Maria Júlia, 10 meses.

"Minha história é O Rappa", destacava-se no cartaz. O casal se conheceu há 17 anos num show da banda no antigo Parque da Gameleira, hoje Expominas. O primeiro beijo foi ao som da música Hey Joe. O show desta noite foi o da número 21 que o casal assistiu d'O Rappa.

Jovens rappers

Banda veterana em meio a um festival que preza por atrações jovens, Falcão, espertamente, levou para o palco na parte final dois jovens rappers: Oriente, do hit A dama e o vagabundo, e Iza, com quem cantou Pesadão.

Vale dizer que Falcão vai seguir em carreira solo assim que os compromissos com a banda terminarem.

O show da banda carioca foi apresentado pela jornalista Glória Maria. Francamente emocionada, ela falou sobre diversidade, diferença e respeito.

"Em quase 40 anos percorrendo esse mundo, aprendi que somos iguais e absolutamente diferentes. Acabei de voltar da África e aprendi que o mesmo país que criou o apartheid criou Nelson Mandela."

Na galera

Principal atração internacional do Planeta Brasil, a banda francesa indie Phoenix se apresentou logo após. Sete anos depois da estreia em BH, no Chevrolet Hall, o grupo de Thomas Mars não está no auge da popularidade como na época do disco Wolfgang Amadeus Mozart (2009).

Mas em uma hora fez um show pop perfeito, que abusa do carisma e do pique de Mars.

Maior hit do Phoenix, Lizstomania foi logo a quarta canção do repertório, o que fez que o público já se rendesse. Do disco de 2009 foram várias faixas, como Rome e Girlfriend. Mas houve espaço para canções mais recentes, como Fior Di Latte, do álbum Ti amo (2017).

Mas o melhor ficou para o final. Mars cantou, em pé na grade junto ao público, If I ever feel better, primeiro sucesso do Phoenix. E repetindo o que fez no show de 2010, literalmente se jogou na plateia ao final da apresentação. Com o bandeira do Brasil, foi até o meio dos fãs. Na volta ao palco, que foi sucedida por uma chuva de papel branco, ainda deu um beijo na fã Ana Flávia Borges.

Às 22h30, para um palco lotado, Criolo e Mano Brown deram início ao seu primeiro show juntos. Na abertura, levantaram o público com Convoque seu Buda, sucesso de Criolo. Músicos das bandas dos dois rappers formaram o combo que acompanhou a dupla.