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Planeta Brasil 2018 recebe atrações diversas e celebra a música autoral mineira

O americano Mayer Hawthorne é fã de Marcos Valle e da bossa nova. - Foto: Jack Michael/Divulgação

Serão 12 horas ininterruptas de música. Quem for neste sábado (27) à Esplanada do Mineirão terá a oportunidade de conferir destaques das cenas brasileira, internacional e também local. A 7ª edição do Festival Planeta Brasil contará com nada menos de cinco palcos.

“É o inédito do inédito do inédito. E exclusivo”. Assim Criolo define o seu encontro com Mano Brown, que, segundo o rapper, ocorrerá “pela primeira e única vez” no festival. Reunindo dois nomes emblemáticos do hip-hop brasileiro, o show foi pensando exclusivamente para o Planeta Brasil.

“A gente queria fazer uma coisa especial e Belo Horizonte vai ter esse privilégio. A única coisa que posso adiantar é que será um som bem legal. A gente chegou a contar com o Mano no DVD ao vivo que fiz com o Emicida, em 2013, mas agora é diferente”, diz Criolo, que participa pela terceira vez do Planeta Brasil.

 

O repertório terá sucessos da carreira de ambos, assim como inéditas e passagens marcantes do Racionais, grupo de Mano Brown.
“Ele é um poeta. Um grande artista. Me influenciou com certeza”, frisa Criolo.

 

Esta semana, Brown revelou ao Estado de Minas que o repertório terá “música negra de ‘a’ a ‘z’”, inclusive com as inéditas Rosa e Cego e só, parcerias dele com o soulman Lino Krizz, vocalista que se apresenta com o Racionais. Assim como Criolo, ele evitou adiantar as novidades que o público ouvirá para não estragar a surpresa. Porém, deixou claro que será um show sintonizado com o momento político do Brasil. Letras de ambos são famosas por abordar a exclusão social, o racismo e as contradições da sociedade brasileira.

Em seu disco solo Boogie naipe (2016), Brown mesclou rap, R&B e soul. Espiral de ilusão, o último CD de Criolo, reúne 10 sambas.

O show em BH deve trazer as facetas sambista e soulman dos dois rappers. Os experientes produtores Daniel Ganjaman e Duani assinam a direção musical.

Ao comentar sua ligação com o samba, Criolo releva que não é muito ligado em carnaval e ainda não tem planos para a folia. “Até os 17 anos, ficava muito em casa, até porque eu e meu pai trabalhávamos no carnaval. Não tinha folga, então meio que me acostumei. Já fiz shows nesta época, mas até agora não tem nada agendado”, diz.

CINEMA Enquanto prossegue com a turnê Espiral de ilusão, Criolo aguarda a estreia de seu último projeto no cinema, O juízo, filme dirigido por Andrucha Waddington, com roteiro de Fernanda Torres. O longa de terror se passa no universo espírita/kardecista. O elenco conta também com Fernanda Montenegro, Carol Castro, Felipe Camargo, Lima Duarte e Fernando Eiras. “Todos os meus trabalhos no cinema são intensos, mas este foi mais ainda.
Não posso revelar muitos detalhes, senão vou dar spoiler”, avisa, aos risos.

Graveola e O Lixo Polifônico representa a nova cena mineira no palco do Planeta Brasil. - Foto: Vânia Cardoso/Divulgação Se Criolo desconversa, Mano Brown admite que a parceria pode se estender, embora nada tenha sido conversado ainda a esse respeito. Vários outros destaques do rap nacional estarão no Planeta Brasil. O carioca Gabriel, o Pensador comemora lá seus 25 anos de carreira. Criado em Niterói, o grupo Oriente – com muitos fãs entre os jovens – fará dupla com a cantora Iza. Sensação nas redes sociais – com clipes que somam 360 milhões de visualizações –, a banda 1 Kilo é outra atração. Também subirá ao palco o coletivo mineiro DV Tribo, que projetou nacionalmente os rap-pers belo-horizontinos Djonga e Clara Lima.


DESPEDIDA Henrique Chaves, um dos sócios da SleepWalkers Entretenimento, promotora do festival, lembra que o evento apresentará o último show da banda carioca O Rappa em BH. “O line up foi feito de forma intuitiva. Mas, sem querer, ele vai contando uma história. O Falcão do Rappa, por exemplo, tem música com o Soja, outra atração do Planeta, e gravou com a Iza. Tudo vai se interligando.

Certamente, será não apenas um festival de música, mas uma experiência única”, assegura.

 

ESTRANGEIROS Entre os destaques da cena internacional está a banda francesa Phoenix, que volta a Belo Horizonte depois de oito anos. O grupo de reggae norte-americano Soldiers Of Jah Army, mais conhecido como Soja, é outra atração, assim como o australiano The Beautiful Girls.

 

“Vamos nos divertir muito”, promete o cantor, compositor e multi-instrumentista norte-americano Mayer Hawthorne. Admirador da música brasileira, ele se diz admirador da bossa nova, citando Os Cariocas e Quarteto em Cy. “A harmonia deles é maravilhosa. Também sou muito fã de Marcos Valle”, afirma.


- Foto: MINAS  Mineiros que vêm se destacando no cenário nacional terão espaço no Planeta Brasil. É o caso do grupo Graveola e o Lixo Polifônico, cujo trabalho autoral mescla a sonoridade psicodélica com influências dos Novos Baianos e dos Doces Bárbaros, além de toques de maracatu, frevo e samba-reggae.

 

O guitarrista, cavaquinista e compositor José Luis Braga diz que participar do Planeta Brasil é uma oportunidade para o Graveola se apresentar para o público não familiarizado com a banda. “É a nossa primeira vez no festival. Quem for lá certamente está mais acostumado com o mainstream, a ver atrações consolidadas como Criolo, Mano Brown e O Rappa. O palco só para atrações locais é muito interessante. Será uma troca com os outros artistas”, destaca.

Zimun e Orquestra Atípica de Lhamas também foram escalados.

 

O show do Graveola trará parte das canções de seu último disco, Camaleão borboleta, algumas releituras e composições antigas. “Devemos tocar algo novo, que certamente estará no repertório do próximo álbum. Em março ou abril, vamos ficar sete dias ‘enclausurados’ numa imersão criativa. Todos juntos, como se fosse um retiro musical para podermos criar para o novo projeto”, diz José Luis. O lançamento está previsto para o fim de 2018.

 

Em 4 de fevereiro, ele vai lançar seu primeiro disco solo, Nossa casa, em show no Teatro Bradesco. “O frio na barriga é muito maior quando se trata de algo só da gente”, revela. Com 13 anos de carreira, o Graveola é formado também por Bruno de Oliveira (baixo e vocais), Gabriel Bruce (bateria e vocais), Luiza Brina (voz, percussão e escaleta), Henrique Staino (sax e teclado) e Luiz Gabriel Lopes (voz e guitarra).

 

“Fazemos parte da história de BH. Surgimos na efervescência cultural que desembocou em várias outras coisas, como a questão de pensar a cidade, movimentos como a Praia da Estação e o próprio carnaval de rua. Então, é bacana representar Belo Horizonte nesse evento, que abre outras possibilidades”, acredita José Luis Braga. 

 

Abaixo, confira a programação completa: 

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