Boogarins lança vinil do disco 'Lá vem a morte'

Produzido em Austin, no Texas, e lançado de forma independente, de surpresa, o álbum ganhou uma edição luxuosa pelo Noize Record Club

por Estadão Conteúdo 24/01/2018 09:44

Beatriz Perini/Divulgação
Álbum foi gravado nos Estados Unidos e é lançado junto com revista de 60 páginas sobre a produção. (foto: Beatriz Perini/Divulgação)

Por um mês, os quatro integrantes do Boogarins viveram juntos, sob o mesmo teto. Uma casa entupida de equipamentos mantinha Benke Ferraz (guitarra), Dinho Almeida (voz), Raphael Vaz (baixo) e Ynaiã Benthroldo (bateria), em Austin, no Texas. Nas noites, faziam uma residência no Hotel Vegas. Durante os dias, tentavam encontrar os caminhos para aquele que seria o novo projeto musical deles.

 

Lá vem a morte seria um disco de 12 faixas, mas, ao final da gravação, o resultado não era satisfatório. Não sabiam exatamente o motivo, sentiam, apenas. “Passamos a ouvir repetidamente, uma vez depois da outra”, conta Benke. Perceberam que existiam ali cinco músicas que se relacionavam entre si, além de uma grande, chamada Lá vem a morte, que poderia ser dividida. Foi a chave que faltava girar para o grupo entender o que havia criado. Assim, repartiram a faixa em três, incluída no início, meio e fim do projeto, a costurar as ideias expostas em músicas como Foimal, Onda negra e Polução noturna.

 

 
Lançado de forma independente, de surpresa, no ano passado, Lá vem a morte ganhou uma edição luxuosa pelo Noize Record Club, um clube de assinatura de vinis que envia, aos assinantes, uma edição especial inédita – no caso do trabalho do Boogarins, o vinil é transparente –, além de uma revista de 60 páginas dedicadas ao álbum.

 

“Não ficamos coçando a cabeça para tentar definir o Lá vem a morte”, afirma Benke. Há quem o chame de álbum, embora não tenha, do começo ao fim, mais de 30 minutos de duração. O certo é que é uma continuidade musical de uma carreira iniciada há cinco anos, quando a estreia do quarteto de Goiânia, As plantas que curam, foi lançada pelo selo gringo Other Music.

 

Depois dali, o que era um projeto realizado no quarto, por Dinho e Benke, virou banda, tocou em festivais, viajou para Estados Unidos e Europa anualmente, lançou os álbuns Manual (2015) e o ao vivo Desvio onírico (2017). Agora, eles foram escalados para tocar no festival Coachella, um dos maiores do mundo, realizado na Califórnia, em abril deste ano.


“É interessante vivenciar esse processo de estarmos fazendo tudo isso da forma mais independente e natural para a gente possível”, diz Benke. Lá Vem a morte é o exemplo disso: um álbum que exala uma melancolia por meio de colagens eletrônicas, fritações guitarrísticas e letras que, exprimidas, escorrem saudade. “E era isso, percebemos depois”, avalia Benke. “Estávamos há dois meses fora de casa. Tínhamos aquele mês. E, depois, mais dois de turnê. Havia uma saudade enorme de casa.” 

 

Abaixo, confira o single Corredor polonês: 

 

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