Atenção para a pergunta-teste de juventude: quem é Camila Loures?. Se você está prestes a dizer “não sei”, provavelmente tem mais de 25 anos. Adolescentes ou recém-chegados à casa dos 20 por certo respondem à questão sem pensar muito. Camila é uma youtuber mineira, dona “do meu, do seu, do nosso canal” – bordão com o qual ela costuma abrir seus vídeos.
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Miga loka – lançada em parceria com a dupla sertaneja Henrique & Diego – é a música de estreia da youtuber no showbiz. “Ela não está nem aí/ porque só quer dançar /só quer se divertir”, dizem os versos da canção, tocada em batidas de funk pop, e que traduzem o espírito pueril de seu público. Postado no YouTube, o clipe já alcançou quase mais de 2,2 milhões de visualizações, mais de 260 mil curtidas e 12 mil comentários.
Para janeiro, Camila promete outro lançamento no mesmo estilo. “Minha praia é mesmo o funk pop, a mesmo da Pabllo (Vittar) e da Anitta. Claro, sou bem eclética, tanto que incluí um toque de sertanejo, outro gênero de que gosto muito, nessa minha primeira canção. E quero muito fazer parcerias com gente de outras tribos no futuro, como pagode, axé etc. Mas meu estilo é o funk mesmo”, afirma.
O próximo single, assim como Miga loka, será lançado sem selo. Já para o terceiro, ela diz ter fechado contrato com uma gravadora, mas faz mistério sobre qual é. “O lance com gravadoras hoje é diferente do que rolava uns anos atrás. Já não há mais a obrigatoriedade de fechar contratos para um disco inteiro. Existe a possibilidade de fechar uma música com um selo, outra música sob outro selo. E prefiro assim. Primeiro, porque não pretendo largar minha carreira de youtuber, que eu amo. Segundo, porque quero seguir o modelo da Anitta, por exemplo, que começou divulgando o trabalho dela na internet e faz dela seu principal meio de divulgação até hoje”, diz a mineira. Camila, no entanto, faz o caminho contrário da diva na qual se inspira. Enquanto músicos costumam usar as plataformas digitais para divulgar seu trabalho, ela aproveita o alcance que já tem para realizar um desejo antigo.
“Sempre gostei de cantar. E creio que me saio bem. Mas lógico que estou investindo no meu aperfeiçoamento. Passei a fazer aulas de canto e dança todos os dias. Com isso, não tenho tempo nem para respirar, pois continuo gravando vídeos e postando todos os dias no meu canal. É uma correria louca, mas, graças a Deus, está dando tudo certo.” Sobre o perfil que adota na plataforma de vídeos, diz: “Não quero mudar, não acho que preciso. Agora, a música, é uma coisa que exige uma postura diferente, mais profissional, talvez. No YouTube é tudo alegria, tudo entretenimento, o público pede isso. Então quero, sim, me dedicar aos dois, sendo eu mesma sempre. Mas tendo em mente isso: são duas atividades que exigem posturas distintas. Na música, tenho consciência de que não posso começar de maneira improvisada, como comecei na internet, senão eu me queimo. Inclusive me queimo nas duas atividades”, avalia.
PUBLICIDADE Perder o status que tem hoje junto aos fãs custaria à youtuber um preço alto, já que Camila vive 100% da internet. Ela não revela quanto ganha – em repasses de publicidade ou pelos posts patrocinados que faz no YouTube e em seus perfis no Instagram (2,5 milhões de seguidores) e Twitter (750 mil fãs). “Por enquanto, eu me sinto confortável em dizer que 70% da minha receita vem de campanhas de publicidade que faço de maneiras diversas. Apresentando produtos, participando de variados storytellings (narrativas publicitárias destinadas à venda de produtos) e outras ações do gênero. Os outros 30% vêm de repasses do Google, pelo engajamento das pessoas nos meus vídeos. E o retorno financeiro que isso me dá também posso dizer que é muito bom. Faço alguns investimentos, ajudo meus pais, compro equipamentos para trabalhar e por aí vai”, conta.
Dados do site Social Blade, especializado em estatísticas de audiência de vídeos na internet, dão pistas do porte atual da conta bancária da mineira. Ranqueada entre os 100 maiores youtubers do Brasil (em números de seguidores), ela chegaria a abocanhar, por ano, apenas pela exibição de anúncios em seus vídeos, cerca de R$ 1,5 milhão.
A jovem conta com uma equipe fixa de dois editores de vídeo, um produtor e um roteirista fixo e outra eventual com um operador de drone e dois cinegrafistas. Sem esconder a ambição, afirma: “Um dia, encosto na Kéfera, que tem o dobro da minha audiência, ou no Whindersson Nunes, que tem o maior canal do Brasil hoje, com mais de 25 milhões de seguidores”.
Representante da geração que já nasceu conectada, Camila Loures iniciou sua trajetória como influenciadora digital navegando despretensiosamente pela Apple Store, a loja de aplicativos da Apple. Tinha então 17 anos e acabara de se formar no ensino médio. “Eu me deparei, por acaso, com o Vine, um app de vídeos rápidos que nem existe mais. Fui uma dos 10 primeiros brasileiros a colonizá-lo. Com o tempo, ganhei seguidores, e o apelo deles me fez migrar para o YouTube”, conta.
A popularidade veio mesmo quando ela inventou o que, hoje, é uma de suas marcas registradas. Ela paga prendas a cada vez que o número de inscritos em seu canal aumenta em 100 mil likes. Pintar o cabelo de verde, fazer uma tatuagem e distribuir 400 bombons em 40 cidades diferentes estão entre os desafios que ela já encarou. A carreira musical, inclusive, começou com essa brincadeira. “Prometi para os meus sucrilhos (é assim que ela chama os fãs) que gravaria um clipe assim que chegasse a 700 mil inscritos no canal. Acabei cumprindo o acordo quando acumulei 1 milhão, mas ainda sem intenção de me lançar na música”, diz. Intitulada Eu vou arrasar, a gravação lançada há um ano ultrapassa 9 milhões de views e a encorajou a investir no desejo de se tornar funkeira.
Gordinha desde a infância, Loures ressalta que, tanto no showbiz quanto na internet, desenvolve suas atividades consciente da responsabilidade que é ser referência para tantas meninas com o mesmo perfil que dela. “Foi muito legal ver minha rede crescer, sendo eu quem sou, sem precisar me adaptar. Então, procuro dizer para o meu público: Olha, se você é gordinho ou gordinha como eu e sofre bullying na escola por qualquer outro motivo, procure ser feliz da maneira como você é. Não estou dentro dos padrões instituídos e estou aqui. Vem que tem espaço para você também. Não só na internet, como em qualquer lugar que você queira chegar’.”
Ranking mineiro
Saiba quem são os cinco youtubers mais famosos de Minas
1º Marco Túlio
Idade: 21 anos
11,3 milhões de inscritos; 4,9 bilhões de visualizações
Tema: dono do canal Authentic Games, que produz vídeos e tutoriais sobre o jogo Minecraft, entre outros.
www.youtube.com/user/AuthenticGames
2º Lucas Rangel
Idade: 20
4,9 milhões de inscritos, 438,7 milhões de visualizações
Tema: desafios e humor. Recentemente, comandou um reality show em seu canal para revelar um novo youtuber
Canal: www.youtube.com/user/rangeldovine
3º Enaldinho
Idade: 19
4,6 milhões de inscritos, 432,7 milhões de visualizações
Tema: pegadinhas, desafios e diário virtual. Aventura-se em espetáculos de stand up pelo Brasil
Canal: www.youtube.com/user/TheEnaldinhO
4º Camila Loures
Idade: 22
4,1 milhões de inscritos, 398 milhões de visualizações
Tema: desafios, vlog, humor. Acaba de se lançar como cantora de funk pop
Canal: www.youtube.com/user/camilaloures
5º Nathany e Mariany Martins
Idade: 13 e 14 anos, respectivamente
2,9 milhões de inscritos, 290 milhões de visualizações
Tema: música, moda, maquiagem, humor
Canal: Beleza Teen (www.youtube.com/channel/UC5IBd2yKJGMVwUwi94kmK4Q)