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Chico Buarque encerra temporada mineira com aplausos para a polêmica 'Tua cantiga'

Com 'Paratodos' e o público de pé, Chico Buarque encerrou a minitemporada de estreia da turnê 'Caravanas' no Palácio das Artes. Desde quarta-feira, 13, o cantor e compositor mostrou em BH as canções de seu novo disco, lançado em agosto. A novata 'Tua cantiga' foi ovacionada pela plateia no show de despedida, neste domingo, 17. É aquela do 'largo mulher e filhos/e de joelhos/ vou te seguir', tachada por feministas de machista e execrada quando o single chegou às redes, em julho.

A plateia vibrou também com 'Sabiá', a 'canção de exílio' composta com Tom Jobim, alvo de vaia ensurdecedora em 1968, no Maracanãzinho, ao derrotar Geraldo Vandré e 'Pra não dizer que não falei de flores' no Festival Internacional da Canção (FIC). Raramente se ouve Chico cantá-la. Valeu a pena.

Ele parecia à vontade no palco na última e quinta-noite da semana de estreia, embora tenha se desconcentrado antes de iniciar 'Jogo de bola'. Porém, como diz a letra, 'há que puxar um samba/ Sacar o samba lá do labirinto da tua cachola'.

E haja samba nessa caravana. O público acompanhou o cantor em 'Homenagem ao malandro', aplaudiu a valer Wilson das Neves, que morreu em agosto, baterista da banda e parceiro do 'chefia' na linda 'Grande Hotel'.
De chapéu panamá, samba no pé e ginga de malandro, Chico dedicou o show a ele. E saudou: 'Saravá, Wilson das Neves'.

O repertório contou com vários clássicos – entre eles, 'Todo sentimento', 'Retrato em branco e preto', 'A moça do sonho' – e homenagens aos parceiros Cristóvão Bastos, Tom Jobim e Edu Lobo. A sessão 'evoé jovens artistas' coube a Chico Brown, neto de Chico. Os dois compuseram a bela valsa 'Massarandupió'.

A plateia vibrou, moças gritaram 'eu te amo', mas sem atrapalhar. Uma conseguiu subir ao palco e, no maior respeito, lascou um beijo no ídolo. Gritos – moderados – de 'Fora, Temer!' até se encaixaram no roteiro. Pois não é que vieram mais fortes antes de começarem os primeiros acordes de 'Gota d'água', aquela do pote até aqui de mágoa, sucedida pela vigorosa 'As caravanas', que fecha o novo álbum e fala da gente virtuosa que apela pra polícia despachar o populacho pra favela.

Depois da estreia na terra do bisavô mineiro, a caravana buarqueana segue para a temporada carioca, em janeiro e fevereiro, e para São Paulo, em março e abril.

 

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