Pela segunda vez consecutiva, Belo Horizonte vai abrir a turnê nacional de Chico Buarque. De quarta-feira (13) a domingo (17), o show Caravanas estará em cartaz no Palácio das Artes. “BH deu muita sorte pra gente no Chico, o último projeto. Acaba que coincidiu a agenda, mas ele e todos nós adoramos estrear na cidade”, afirma o maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos. Ele assina a direção e a produção musical do disco que leva o nome da turnê.
Se a expectativa do público é grande para ver o novo trabalho de Chico Buarque, a da banda não é diferente. Ainda mais pelo fato de o cantor e compositor carioca ser presença quase bissexta nos palcos. “A última vez foi em 2011/2012, então são quase seis anos. A gente também fica ansioso. É sempre um desafio, queremos apresentar o trabalho da melhor forma possível. A responsabilidade é proporcional a essa expectativa”, diz Luiz Claudio, de 68 anos.
O repertório do show é mantido a sete chaves. Sabe-se que, além das nove faixas do novo disco (Tua cantiga, Blues pra Bia, A moça do sonho, Jogo de bola, Massarandupió, Dueto, Casualmente, Desaforos e As caravanas), a apresentação, com cerca de 90 minutos, terá 19 canções lançadas desde os anos 1960. Algumas estão fora do set list buarqueano há um bom tempo.
“A gente combina de nunca entregar o repertório para manter a surpresa. Tem essa mescla do que é atual com clássicos”, despista Luiz Claudio.
JURIM Além do maestro, a trupe que acompanha Chico Buarque é formada por João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros). Coube ao baterista Jurim Moreira substituir Wilson das Neves, que morreu em agosto, aos 81 anos, parceiro de longa data do cantor e compositor. A iluminação continua a cargo de Maneco Quinderé e os figurinos são de Marcelo Pies.
O cenário é assinado por Helio Eichbauer, presente nas duas últimas turnês de Chico. O palco de Caravanas contará com uma escultura suspensa, descrita por Eichbauer como “uma esfera armilar que flutua no espaço azul como algum sistema planetário”.
“Somos um time que joga junto há muito tempo. Até pela personalidade de cada um, nossa convivência é bem agradável”, assegura o maestro e diretor musical.
CALABAR A primeira parceria de Luiz Claudio e Chico se deu na peça Calabar, em 1973. “Não me lembro de como fui parar nesse trabalho. Como fiz os primeiros discos da Miúcha (irmã do compositor), deve ter sido meio por aí. Conheci Chico no dia em que fui gravar. Lembro-me de ter tocado Bárbara”, recorda.
Dois anos depois, a relação dos dois começou a se estreitar. Luiz Claudio Ramos assinou os arranjos de base do disco ao vivo que registrou o encontro histórico entre o autor de A banda e Maria Bethânia, ocorrido no Canecão, em 1975. “Depois disso, o Chico só foi fazer um show regular com o álbum Francisco (1987). Participei ainda como músico. Comecei a assinar a direção musical em Paratodos (1993)”, conta.
Luiz Claudio Ramos diz que a relação dos dois é de parceria – mesmo. “A gente troca muitas figurinhas. Sou o homem que ajuda o mito (risos). A função do arranjador é facilitar as coisas para o intérprete. Ao longo de todo esse tempo em que o acompanho, percebo uma coerência musical. Chico mantém a sua essência, tem uma linha estética bastante definida, mas se permite experimentar algumas coisas”, diz.
PROJETOS Além do trabalho com Chico Buarque, Luiz Claudio Ramos participa de dois projetos. Um deles em parceria com o cantor e compositor Sérgio Ricardo. O maestro está gravando a trilha da peça O coronel de Macambira, do dramaturgo pernambucano Joaquim Cardozo.
“Foi um dos meus primeiros trabalhos. Era uma peça bem brasileira, linda, que fala do folclore. Isso aconteceu em 1967, quando estava prestando vestibular. As músicas são do Sérgio e a gente está regravando”, revela.
O outro projeto de Luiz Claudio é o primeiro disco solo de Soninha, cantora do grupo Quarteto em Cy. “Músico vive, literalmente, de dançar conforme a música. Tem sempre coisas aparecendo e isso é bacana”, conclui.
Abaixo, confira a música As caravanas:
CARAVANAS
Estreia da turnê de Chico Buarque. Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. De quarta-feira (13) a sábado (16), às 21h; domingo (17), às 19h. Só há entradas para domingo. Plateia 1: R$ 490 (inteira) e R$ 245 (meia). Plateia 2: R$ 450 (inteira) e R$ 225 (meia). Plateia superior A: R$ 380 (inteira) e R$ 190 (meia). Plateia superior B: R$ 320 (inteira) e R$ 160 (meia). À venda na bilheteria do Palácio das Artes e no site www.ingressorapido.com.br.
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