A Black Rio sempre esteve intimamente ligada ao movimento negro, pregando a conscientização e a valorização da cultura de matriz africana. Nascido nos subúrbios cariocas, o movimento representou um importante momento da cultura e da política no fim dos anos 1970, que explodiu com os bailes, em que roupas, cabelos e dança ganhavam características afirmativas. Diante do sucesso, inaugurado com Maria Fumaça, em 1977, a banda ganhou projeção nacional quando a canção se tornou música de abertura de uma novela da Globo. Depois disso, gravaram com Gilberto Gil e integraram o projeto Bicho Baile Show, de Caetano Veloso.
Hoje liderada por William Magalhães, filho do saxofonista e fundador da banda Oberdan, a Black Rio mantém o espírito dançante e cheio de balanço que sempre a caracterizou, mas incorporou mudanças. No novo disco, Black Rio 40 anos, há regravações (Miss Cheryl e Cravo e canela) e inéditas, com destaque para Ana de Ileaiê, samba-funk que fala sobre a mulher negra brasileira e defende a identidade e a cultura afrodescendente no Brasil. O álbum tem participações especiais de alto nível – Gerson King Combo, Paula Lima, Azymuth, Heidi Vogel, Alba Santos e Angelica Sansone colaboraram com a homenagem.
Amanhã à noite, a Black Rio sobe ao palco d’A Autêntica com seus 10 integrantes.
BANDA BLACK RIO
Turnê de 40 anos de carreira. Show de abertura com Cromossomo Africano e DJ A Coisa. Amanhã, às 22h, n’A Autêntica (Rua Alagoas, 1.172, Savassi). Ingressos: antecipado (primeiro lote): R$ 40; antecipado (segundo lote): R$ 50; e portaria: R$ 60. Classificação 18 anos..