Saulo traz suas novas canções a BH e declara amor ao mineiros

Cantor e compositor baiano é atração da véspera de feriado na Land Spirit

por Francelle Marzano 06/12/2017 20:24
David Campbell/Divulgação
(foto: David Campbell/Divulgação)

“O céu da Bahia é mais bonito do que qualquer outro”. A frase faz parte da primeira música do novo CD de Saulo Fernandes,  O azul e o sol, cuja turnê chega a Belo Horizonte nesta quinta-feira, 7, véspera de feriado. O show faz parte da festa Do Rio a Salvador, que volta à capital mineira com apresentação da banda carioca Fica Comigo, na Land Spirit, no Bairro Olhos D'Água.
 
Em um bate-papo com o Portal Uai, Saulo afirmou que se a Bahia tem o céu mais bonito, Minas tem o melhor doce de leite. Apaixonado por Minas, prometeu não deixar ninguém parado durante a apresentação. Com cenário minimalista, trabalhado apenas com espelhos, dois bailarinos e fugindo do universo digital e das famosas lâmpadas de LED, o cantor revela que o show é um verdadeiro estimulo aos ouvidos. Confira: 

Você chega a BH trazendo a sua nova turnê, O azul e o sol. Como é este novo show? 

Musicalmente, a primeira parte é uma reprodução do disco. Canto todas as músicas novas sem parar. Temos um cenário bacana, sem grandes efeitos ou trabalho com LED. Nada para chamar muita atenção. A ideia é que o público foque apenas na música. É bom que o público conheça as novas canções. Depois de apresentar o novo disco, inevitavelmente desaguo nas músicas mais antigas, aquelas que o público adora cantar, como Anjo. São três horas de show, pois Minas é uma terra que tem muita propriedade quando se fala de axé. As pessoas têm respeito, o canto vai e a resposta vem na hora.”

Por que o nome O azul e o sol?

Todas as composições foram escritas por mim entre 6h30 e 7h, que é a hora que acordo. É aquele momento em que a casa não acorda. São textos que acabaram virando música. Eu gosto muito de escrever e faço isso como exercício diário.Compor é captar. Talvez uma palavrinha ou uma frase por dia, mas não deixo de fazer. É bacana o resultado.

Você se considera um poeta?  

Não. Acho que vou ter que viver mais umas 70 vidas para me tornar um poeta. Talvez seja melhor dizer que sou um romântico, no sentido mais abrangente da palavra. Não aquele cara que fala de amor por falar. Meu texto se divide em amor, céu, flor e sol. São canções que se dividem em dois universos. Aquele que fala da pureza, da beleza, e o outro que vem da necessidade que sinto de falar da Bahia. Eu não me canso de falar dessa terra maravilhosa.

Você mudou depois de quatro anos de carreira solo e 11 de Banda Eva? 

Sinto que o desenrolar do texto melhora com o tempo. Antigamente, eu cantava "porque que a gente não consegue se dar conta? Tem que perder pra dar valor a quem se ama". Agora eu canto "hoje eu só quero um abraço. E aquele sorriso imenso. Pra poder seguir viagem. Sem perder a fé". É mais confortável, não grito muito, mas tenho o mesmo gosto pela música. Gosto de ver que a gente tem uma história pra contar, que a música faz vencer e ajuda as pessoas.

Em quem você se inspira? 

Sou um cara de muita religião, mas costumo dizer que tenho meus deuses. Milton Nascimento, Djavan, Giberto Gil são alguns deles. Milton sempre foi uma inspiração. Tenho uma herança musical familiar muito importante e a gente ouvia muito Clube da Esquina.

A música brasileira está muito volátil, escrava do mercado digital?  

Costumo dizer que resisto ao mercado veloz que te engole. Resisto nem é muito bem a palavra, até porque estou em todas as plataformas digitais, mas não me sinto escravo dessa tecnologia. Caminho no meu tempo, fico na retaguarda. Tenho quatro anos de carreira solo e três discos totalmente inéditos. Cada um com a sua característica. Ainda tenho apego à estante de disco. Tenho coleções de vinil.

O que você acha da música que faz sucesso no Brasil hoje? 

Sou como Ariano Suassuna, não troco meu oxente pelo ok de ninguém. Queria que a música brasileira fosse mais brasileira. Temos referências incríveis. Costumo dizer que sou completamente burro de música gringa. Fui educado com a música brasileira e acho que a música de hoje deveria ser mais nordestada, mais mineirada.

Há algum artista da nova geração que você admira? 

Digo que a gente não precisa ficar num delay só. Se a gente mudar, a gente vê muita música brasileira de boa qualidade, como Dani Black, 5 a Seco, As Bahias e a Cozinha Mineira, Tim Bernardes, Curumim, Russo Passapusso e muitos outros.

O que você mais gosta em Belo Horizonte? 

Não tem como não falar do doce de leite com coco. A comida em geral também é muito boa, costuma ter um pouco da Bahia no tempero. Mas as pessoas de BH são aquelas que fazem carinho no cangote, que te acolhem, te levam pra dentro de casa. Vou há tanto tempo para BH e as pessoas me recebem tão bem sempre que, a cada vez que compartilho isso, fico ainda mais fã desse público.

SERVIÇO: 
Do Rio a Salvador. Com Saulo Fernandes e Fica Comigo
Data: Quinta-feira, 7 de dezembro,
Horário: 22h
Local: Land Spirit (BR 356, km 7,5, Olhos D’Água 
Ingressos: A partir de R$ 110 no Sympla/Landspirit

 
 






 

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